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1 | “Não haverá paz sem as mulheres” na Colômbia | ‘No habrá paz sin las mujeres’ en Colombia |
2 | O centro de documentação do projeto No habrá paz sin las mujeres [Não haverá paz sem as mulheres] possibilita que líderes feministas, profissionais e sobreviventes do conflito armado da Colômbia se expressem e compartilhem suas experiências para que “o trabalho que elas dedicaram à paz não seja esquecido”, segundo explica o site no qual os depoimentos destas mulheres são divulgados através de fotografias e vídeos. | |
3 | Alejandra Garcia Serna, historiadora e documentarista. | |
4 | Pôster do projeto Não haverá paz sem as mulheres. Todos os processos de paz devem incluir a participação das mulheres | Alejandra Garcia Serna, historiadora, documentalista e integrante del colectivo H.I.J.O.S. Afiche del proyecto No habrá paz sin las mujeres. |
5 | Alejandra Garcia Serna, historiadora e cineasta documentarista, também trabalha em prol da justiça e da memória como parte do movimento H.I.J.O.S.. Ela é a filha orfã de Francisco Gaviria, um líder estudantil que foi assassinado juntamente com 4.000 militantes partidários da União Patriótica por agentes do Estado e paramilitares, entre 1985 e 1994, em uma campanha de genocídio político. | El centro de documentación No habrá paz sin las mujeres permite que líderes, profesionales y supervivientes del conflicto armado en Colombia se expresen y cuenten sus experiencias “para que sus vidas dedicadas a la paz no queden en el olvido”, como explica el sitio web que reúne una exposición fotográfica y entrevistas en video con estas mujeres. |
6 | Este projeto foi criado pela Agência de Desenvolvimento CooperativoAsturiana, dando voz às colombianas para que as mulheres possam “aprender a partir das experiências e estratégias de cada uma delas, para aumentarem sua força na luta para a construção de uma sociedade mais justa e para que possam avançar com suas próprias propostas para a paz no processo de reconciliação, reconstrução, reparação e justiça.” | El proyecto, creado por la Agencia Asturiana de Cooperación al Desarrollo, da voz a las mujeres colombianas “para aprender de sus experiencias y estrategias, para reivindicar su papel en la lucha por la construcción de una sociedad más justa y para conocer sus propuestas para la paz en los procesos de reconciliación, reconstrucción, reparación y justicia“. |
7 | No habrá paz sin las mujeres teve início com as experiências das colombianas durante o conflito armado que durou mais de 50 anos. | No habrá paz sin las mujeres tiene su origen en las experiencias de las mujeres en Colombia durante el conflicto armado que lleva más de 50 años. |
8 | O grupo conserva isto pois, apesar de existirem sinais de esperança nas conversações de paz [en] que acontecem em Havana, Cuba, entre a FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo colombiano, “as mulheres estão claramente fora do processo: nem as questões decisivas para elas, as suas reivindicações ou propostas de paz são ouvidas”. | El grupo sostiene que aunque prevalece la esperanza con los diálogos de paz que se están realizando en La Habana, Cuba, entre las FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia) y el gobierno colombiano, “las mujeres están ausentes en el proceso pacificador: ni sus problemáticas, reclamaciones ni propuestas de paz están siendo escuchadas”. |
9 | O site prossegue explicando que as conversações não levaram em conta a Resolução das Nações Unidas nº 1325 [en], que chama atenção para as questões de gênero na solução de conflito. | Explican que los diálogos no han tenido en cuenta la resolución 1325 de las Naciones Unidas [pdf] que introduce la perspectiva de género en la resolución de conflictos. |
10 | E são as mulheres que mais sofrem as consequências de guerra: a violência sexual foi empregada pelos três atores envolvidos na guerra: os paramilitares, o Estado e a guerrilha; o recrutamento de menores afetou as meninas tanto como combatentes quanto como escravas sexuais; elas representam a maior percentual da população refugiada e a maioria delas com dependentes… | Y precisamente son las mujeres las que más sufren las consecuencias de la guerra: la violencia sexual ha sido empleada por los tres actores de la guerra, los paramilitares, el Estado y la guerrilla; el reclutamiento de menores ha afectada a las niñas como combatientes pero también como esclavas sexuales; son el mayor porcentaje de población desplazada y la mayoría con cargas familiares… |
11 | Os esforços em ajudar a corrigir esta situação são divulgadas no site através de vídeos com entrevistas e depoimentos. | El proyecto se apoya en su página oficial donde registra entrevistas a través de vídeos. |
12 | Um destes vídeos é sobre a artista Patricia Ariza, que encontrou uma maneira de expressar a realidade colombiana através do seu trabalho. | Uno de estos videos corresponde a la artista Patricia Ariza, quien ha encontrado en el arte un medio para dar a conocer la realidad colombiana. |
13 | Ela também utiliza da expressão artística para afugentar a injustiça que vê no seu país e que ela mesma é uma vítima, sua família foi refugiada pela violência. | Patricia también usa su arte para exorcizar los problemas de injusticia que considera tiene el país y de los cuales ha sido una de las víctimas, ya que su familia tuvo que desplazarse por la violencia. |
14 | Outro vídeo mostra uma campanha em que as colombianas estão comprometidas em proteger o seu território, não permitindo que a multinacional AngloGold Ashanti comece as operações de mineração de ouro. | Otro video muestra una campaña donde las mujeres colombianas están comprometidas en cuidar su territorio y no permitir el ingreso a la minera multinacional AngloGold Ashanti para la implantación de minas de oro. |
15 | O vídeo seguinte contém uma entrevista com Judith Pérez Gutiérrez, que vive na zona rural do município de Cajamarca, Tolima. Ela fala do empenho das mulheres em proteger os arredores dos locais onde residem. | El siguiente vídeo corresponde a la entrevista a la campesina Judith Pérez Gutiérrez, habitante de la vereda Piedras en el Municipio de Cajamarca, Tolima, donde se evidencia la resistencia a favor de la defensa de su tierra. |
16 | Além disso, a entrevista revela o medo e a preocupação de Pérez Gutiérrez e suas vizinhas com a vulnerabilidade e a falta de apoio que elas sentem nas mãos das autoridades colombianas, como provado pelos graves confrontos que elas tiveram com as forças de segurança: | Asimismo, la entrevistada habla de los temores e intranquilidades que tiene ella y sus vecinos, que se sienten vulnerables y sin apoyo de las autoridades de Colombia pues ya han tenido serios enfrentamientos con las fuerza pública: |
17 | Ester Carmen Martínez, uma professora de Pitalito, Huila, a principal área produtora de café, conta sua história e a dos seus vizinhos, que foram assassinados, expulsos ou refugiados por grupos paramilitares. | Ester Carmen Martínez, profesora de Pitalito, Huila, hace un recuento de su historia y la de sus vecinos campesinos, que fueron asesinados, desalojados o desplazados de sus tierras por parte del paramilitarismo. |
18 | O projeto também publica textos como este, no qual explica alguns dos perigos enfrentados pelas mulheres que escolhem o ativismo: | El proyecto además contiene textos como este, donde se expone varios peligros a los que las mujeres se ven enfrentadas por hacer activismo: |
19 | Em Bajo Cauca pelo menos quatro líderes foram intimidadas e forçadas a abandonar a região nos últimos quatro anos. | En Bajo Cauca por lo menos otras cuatro líderes han sido amedrentadas y obligadas a abandonar la región en los últimos cuatro años. |
20 | A restituição não avança e o medo é de que as vítimas não ousem se encontrar mais. | La restitución no avanza, y el miedo hace que ni siquiera reúnan las mesas de víctimas. […] |
21 | […] “Nós, vítimas, estamos encurraladas”, declarou a testemunha que consultamos. | “Las víctimas estamos arrinconadas”, dijo el testigo consultado. |
22 | “Existem muitas ameaças. | “Hay muchas amenazas. |
23 | A última era contra uma mulher, vítima de um refúgio forçado que foi para o bairro París. | La última fue contra una mujer que fue víctima de desplazamiento forzado y se fue para el barrio París. |
24 | Lá, ela liderou uma ação comunitária e os criminosos a ameaçaram de novo, e até tentaram matá-la fazendo com que ela deixasse a região. | Allá lideró la junta de acción comunal y los pillos la amenazaron nuevamente y hasta iban a atentar contra su vida y se tuvo que ir del municipio. |
25 | A parte mais triste é que nem o governo municipal, nem a segurança pública atenderam aos nossos pedidos. | Lo más triste es que ni la Administración Municipal ni la Fuerza Pública atiende nuestras peticiones. |
26 | Você acha que qualquer uma nós, apesar da ameaça, recebe alguma proteção?” | ¿Usted cree que alguna de nosotras, pese a las amenazas, tiene esquema de seguridad?” |
27 | No habrá paz sin las mujeres também tem vários pôsteres representando a realidade de muitos tipos de violência que as mulheres sofrem, em especial a sexual. Yoladis Zúñiga, sobrevivente do massacre de El Salado (Foto: Patricia Simón) | El proyecto contiene varios afiches que expresan la realidad del padecimiento de las mujeres en diversos aspectos, entre los cuales está la violencia sexual por los tres actores de la guerra: los paramilitares, la guerrilla y el Estado. |
28 | Sofri a violência sexual mas ela não me derrotou | Yoladis Zúñiga, superviviente de la matanza de El Salado (Foto: Patricia Simón) |
29 | Yoladis Zúñiga foi estuprada por dez paramilitares na frente do seu marido, que quase foi assassinado, num massacre que custou a vida de 100 pessoas em cinco dias na cidade de El Salado em 2000. | |
30 | A violência sexual é usada como uma arma de guerra por todas as três facções no conflito: os guerrilheiros, os paramilitares e o Estado. | |
31 | Os pôsteres também destacam o trabalho das mulheres que dedicaram sua vida à paz e ao ativismo. | |
32 | Mari La Negra, defensora dos direitos humanos (foto de Alex Zapico) Palavras motivam, exemplos convencem | Los afiches también destacan la labor de mujeres que han dedicado su vida a la paz y al activismo. |
33 | Mari La Negra começou sua carreira como uma ativista nos direitos humanos e dos trabalhadores quando estava com 14 anos de idade. | |
34 | Não muito tempo depois, ela foi estuprada por agentes do Estado e presa por três meses, onde foi torturada por causa dos seus esforços em favor do trabalho organizado. | |
35 | Aos 40 anos, Mari sobreviveu a muitos atentados à sua vida e continua sendo ameaçada por paramilitares pela sua luta pelos direitos daquela maioria marginalizada na sociedade. | |
36 | Marta Restrepo, feminista e líder comunitária (foto de Alex Zapico) | Mari La Negra, defensora de derechos humanos (Foto: Alex Zapico) |
37 | A emancipação das mulheres significa anular o direito para aproveitar delas | Marta Restrepo, feminista e investigadora integrante de Mujeres Feministas Antimilitaristas (Foto: Alex Zapico) |
38 | Marta Restrepo, uma integrante do movimento Mujeres Feministas Antimilitaristas (Mulheres Feministas Antimilitaristas), dedicou sua vida para divulgar o feminicídio, uma calamidade que custa a vida de mais de 1.100 vítimas por ano na Colômbia. | |
39 | Ela também milita contra o uso de mulheres como escravas do sexo, que em muitos casos são levadas a ser prostitutas na Espanha, e pela exploração delas como moeda de troca na economia de guerra que rege o seu país. | |
40 | Para maiores informações, vídeos e pôsteres, visite a fanpage no Facebook e siga no Twitter @nopazsinmujeres. | Pueden encontrar más información, videos y afiches en su página de Facebook y en su cuenta de Twitter: @nopazsinmujeres. |