# | por | spa |
---|
1 | Ruanda: A busca por justiça de uma ONG contrária aos genocidas | Ruanda: La búsqueda de justicia de una ONG contra los genocidas |
2 | Este ano, no 7 de abril, como a cada ano desde 1994, o governo, os ruandeses que vivem no país e muitos outros entre os da diáspora, assim como seus amigos em todo o mundo, recordam o início do genocídio. | Este año también, el 7 de abril, como cada año desde 1994, el gobierno, los ruandeses que viven en el país y muchos de los que viven en el extranjero, al igual que sus amigos alrededor del mundo, conmemoran el inicio del genocidio. |
3 | Inúmeras cerimônias são organizadas em vários países, muitas vezes por um longo período. | Se han organizado numerosas conmemoraciones en varios países, a menudo extendidas en un largo periodo. |
4 | Durante os 19 anos que se seguiram ao genocídio, a caça aos autores de crimes contra a humanidade jamais parou. | En el curso de los 19 años que han seguido al genocidio, la cacería a los autores crímenes contra la humanidad no se ha detenido. |
5 | Constituíram-se em Ruanda e através de todo o mundo, associações de sobreviventes, de suas famílias, de seus amigos, e de todos aqueles que lutam para que os autores dessas tragédias não fiquem impunes. | En Ruanda y en el mundo se han constituido asociaciones de sobrevivientes, de sus familias, de sus amigos y de todos los que luchan para que los autores de esas tragedias no queden impunes. |
6 | Na França, o Comitê dos Partidos Civis por Ruanda (CPCR) [fr] é, entre outros, uma das associações que lutam contra a impunidade. | En Francia, el Colectivo de Partidos Civiles por Ruanda (CPCR) [en] es, entre otras, una de esas asociaciones que luchan contra la impunidad. |
7 | Seu presidente -Alain Gauthier- aceitou responder a algumas perguntas. | Su presidente, Alain Gauthier aceptó responder algunas preguntas. |
8 | Global Voices (G.V.): Quais são as razões que levaram franceses como o senhor a criar o Comitê dos Partidos Civis por Ruanda (CPCR) e quem são os seus membros? | Global Voices (GV): ¿Cuáles son las razones que motivaron a franceses como usted a crear el Colectivo de Partidos Civiles por Ruanda (CPCR) y quiénes son sus miembros? |
9 | Alain Gauthier (A.G.): Minha esposa e eu tivemos a ideia de criar o CPCR em 2001 ao fim do primeiro processo organizado na Bélgica. | Alain Gauthier (AG): La idea de crear CPCR nos vino, a mi esposa y a mí, en 2001, al final del primer proceso organizado en Bélgica. |
10 | Nós havíamos participado de uma grande parte deste processo porque tratava dos genocidas da região de Butare, em Ruanda, cidade natal da minha esposa. | Nosotros participamos en una gran parte de ese proceso porque se refería a genocidas de la región de Butare, en Ruanda, aldea de donde es originaria mi esposa. |
11 | Uma das vítimas em questão era um amigo. | Una de las víctimas involucradas era un amigo. |
12 | Por outro lado, meu cunhado fazia parte de um pequeno grupo que fez de tudo para que o processo acontecesse, o Comitê dos Partidos Civis, em Bruxelas. | De otro lado, mi cuñado era parte del pequeño grupo que hizo todo para que este proceso se llevara a cabo, el Colectivo de Partidos Civiles, en Bruselas. |
13 | Enfim, éramos também uma família de vítimas, minha esposa, Dafroza, perdeu uma grande parte de sua família em Ruanda em 1994. | En fin, nosotros mismos también éramos familia de víctimas, mi esposa Dafroza perdió a un gran parte de su familia en Ruanda en 1994. |
14 | Por todas estas razões que se passaram na primavera de 2001, decidimos criar com alguns amigos o CPCR, o Comitê dos Partidos Civis por Ruanda, ao retornar à França. | Fueron tantas razones que en la primavera de 2001, de regreso en Francia, decidimos crear con unos amigos el CPCR, Colectivo de Partidos Civiles por Ruanda. |
15 | A princípio os membros fundadores eram principalmente ruandeses que viviam na França. | Al comienzo, los miembros fundadores eran esencialmente ruandeses que vivían en Francia. |
16 | Este primeiro grupo desintegrou-se pouco a pouco, entretanto a presença de suspeitos de genocídio na França atraiu a atenção de amigos e de franceses, e estes juntaram-se a nós. | Ese primer grupo se dividió un poco, pero amigos o franceses interesados por Ruanda, motivados por la presencia de presuntos genocidas en Francia, se nos unieron. Hoy en día, contamos entre 150 y 200 miembros. |
17 | Contamos hoje entre 150 e 200 membros. | Por favor, no pararse ni sentarse en las tumbas. |
18 | Memorial: Repouso eterno para as vítimas da loucura humana. | Memorial: reposo eterno para las víctimas de la locura humana. |
19 | Foto: abkodo2 | Foto de abkodo2. |
20 | G.V.: O senhor mantém relações com organizações similares em Ruanda e em outros lugares? | GV: ¿Mantienen relaciones con organizaciones similares en Ruanda y otros lugares? |
21 | A.G: Nós mantivemos o contato com os nossos amigos da Bélgica, o Comitê dos Partidos Civis que havia inspirado o nosso envolvimento em Bruxelas, mesmo que este não fosse mais tão ativo. | AG: Hemos conservado vínculos con nuestros amigos de Bélgica, aunque el Colectivo de Partidos Civiles que inspiró nuestro compromiso en Bruselas ya no está activo verdaderamente. |
22 | Na França, juntamo-nos a associações que haviam apresentado queixas antes que o CPCR existisse, mas queixas que eu chamaria “dormentes”: ou seja, que os juízes responsáveis pelos casos não eram muito ativos ou que as provas e testemunhos das queixas eram insuficientes. | En Francia, hemos reunido a asociaciones que han presentado quejas antes de que existiera el CPCR, pero quejas a las que yo llamaría “dormidas”: es decir que los jueces a cargo de los documentos no han sido muy activos o que las demandas no tenían suficiente pruebas o testimonios. |
23 | Essas associações são a “Survie”, “FIDH” ou ainda a “Communauté Rwandaise de France”. | Esas asociaciones son “Survie” [Subsistencia], “FIDH” y también la “Comunidad Ruandesa de Francia”. |
24 | A “LICRA” juntou-se a nós como parte civil em um grande número de casos. | La “LICRA” se nos unió como parte civil en una gran cantidad de expedientes. |
25 | Em Ruanda, nós temos ligações com a CNLG, “Commission Nationale de Lutte Contre le Génocide”. | En Ruanda, tenemos vínculos con la CNLG, Comisión Nacional de Lucha contra el Genocidio. |
26 | Mas nós trabalhamos sobretudo com indivíduos, mais do que com associações. | Pero sobre todo, trabajamos con personas más que con asociaciones. |
27 | Na realidade, pelo que sei, há pouquíssimas associações no mundo que se assemelhem à nossa. | En realidad, hasta donde sé, existen muy pocas asociaciones en el mundo que se parezcan a la nuestra. |
28 | G.V.: Quais são as atividades realizadas até o momento? | GV: ¿Qué actividades han realizado hasta el presente? |
29 | Memorial às vitimas do genocídio. | Memorial para las víctimas del genocidio. |
30 | Foto: abkodo2 | Foto de abkodo2. |
31 | A.G. : Se em um primeiro momento nosso trabalho consistiu em “regar” as plantas existentes, havia seis delas, rapidamente fomos alertados da presença de inúmeros suspeitos de genocídio na França e nosso trabalho concentrou-se sobre a busca de testemunhas em Ruanda. | AG : Si en un primer momento nuestro trabajo consistió en “mantener” las demandas existentes, había seis, muy rápidamente nos alertaron de la presencia en Francia de numerosos presuntos genocidas y nuestro trabajo se concentró en la búsqueda de testimonios en Ruanda. |
32 | Sempre que pudermos, iremos a Ruanda para recolher os testemunhos de vítimas ou de assassinos, preparar os dossiês que traduziremos e remeteremos aos nossos advogados, que são responsáveis por redigir as queixas que eles então vão dar entrada na Justiça. | Cada vez que podemos, nos dirigimos a Ruanda, recogemos el testimonio de víctimas o de homicidas y preparamos expdientes que traducimos y remitimos a nuestros abogados, que se encargan de redactar las demandas que después presentan. |
33 | Em 12 anos, pudemos dar entrada a 19 novas queixas que, atualmente, estão todas nas mãos dos juízes de instrução do novo “polo de crimes contra a humanidade”, recentemente criado no TGI (Tribunal de Grande Instância) [fr] de Paris. | Desde hace 12 años, hemos podido interponer así 19 nuevas demandas, que actualmente están en las manos de jueces de instrucción del nuevo “eje de los crímenes contra la humanidad” recientemente creado en el Tribunal Superior de París. |
34 | Esta recolha dos testemunhos é o ponto principal do nosso trabalho. | Esa recopilación de testimonios es esencial para nuestro trabajo. |
35 | G.V.: No blog do CPCR, o comitê indica ser parte civil (sozinho ou com outras ONGs) em diferentes cidades francesas. | GV: En el blog del CPCR, el colectivo indica se constituyó como parte civil (solo o con otras organizaciones no gubernamentales) en diferentes ciudades francesas. |
36 | O senhor poderia especificar o número e os resultados? | ¿Podría precisarnos la cantidad y los resultados? |
37 | A.G.: Atualmente, há cerca de 25 queixas nos gabinetes dos juízes franceses, sendo as 19 últimas iniciadas pelo CPCR. | AG: Actualmente, existen cerca de 25 demandas en las oficinas de los jueces francesas, las 19 últimas fueron iniciadas por el CPCR. |
38 | Nenhum processo foi julgado ainda, mas os juízes decidiram recentemente levar perante um Tribunal de Inquérito Judicial o primeiro ruandês acusado de genocídio. | Ningún proceso ha ocurrido todavía, pero recientemente, los jueces decidieron traducir ante un jurado al primer ruandés acusado de genocida. |
39 | Trata-se do ex-capitão do exército ruandês, Pascal SIMBIKANGWA, atualmente encarcerado na prisão de Fresnes. | Se trata de un antiguo capitán del ejército ruandés, Pascal SIMBIKANGWA, que actualmente purga prisión en el penal de Fresnes. |
40 | Ele foi preso em Mayotte há mais ou menos três ou quatro anos e em seguida levado para Paris. | Fue arrestado en Mayotte, y tras tres o cuatro años, fue transferido a París. |
41 | Este deve ter sido o primeiro processo organizado na França, e por isto será um processo histórico. | Ese debería ser el primer proceso organizado en Francia. Será pues un proceso histórico. |
42 | Procurados por genocídio. | Se busca por génocidio. |
43 | Fonte: commons wikimedia.org | Fuente: commons wikimedia.org |
44 | Dois outros suspeitos de genocídio estão igualmente presos e poderão ser os próximos a prestar contas à Justiça. | Otros dos presuntos genocidas están también en prisión y bien podrían ser los siguientes en rendir cuentas ante la justicia. |
45 | Trata-se de Octavien NGENZI, também preso em Mayotte onde o localizamos e Tito BARAHIRA, recentemente preso em Toulouse, de onde o tínhamos desalojado também. | Se trata de Octavien NGENZI, también arrestado en Mayotte, donde lo localizamos, y Tito BARAHIRA, arrestado recientemente en Tolosa, donde también lo descubrimos. |
46 | G.V.: Mas então já houve processos de pessoas acusadas de terem participado do genocídio em outros países? | GV: No obstante, en otros países, ya ha habido procesos de personas acusadas de haber participad en el genocidio? |
47 | A.G.: Outros países como a Bélgica, Suíça, Canadá, Alemanha ou países escandinavos organizaram processos. | AG: Otros países, como Bélgica, Suiza, Canadá, Alemania o países escandinavos, organizaron procesos. |
48 | Na França, durante bastante tempo, houve entraves políticos. | En Francia, durante mucho tiempo, hubo frenos políticos. |
49 | O genocídio havia sido perpetrado na época da coabitação e nem a esquerda nem a direita queriam ver a organização de um processo. | El genocidio fue perpetrado en la época de la cohabitación, y ni la izquierda ni la derecha tenían ganas de ver la organización del proceso. |
50 | O papel do Estado francês nesse genocídio não é nada claro. | El rol del estado francés en este genocidio no ha sido muy claro. |
51 | G.V.: O senhor pode nos dar mais detalhes sobre este ponto? | GV: ¿Podría darme más detalles en este punto? |
52 | A.G.: O governo francês de 1994 e o chefe de Estado François Mitterrand apoiaram o presidente HABYARIMANA antes do genocídio, indo ao socorro do presidente ruandês desde 1990. Apoiaram o governo genocida após a morte do presidente HABYARIMANA e permitiram a eles se refugiarem no Zaire durante a operação Turqueza no fim do genocídio. | A.G: El gobierno francés de 1994 y el jefe de estado, François Mitterrand, apoyaron al presidente HABYARIMANA antes del genocidio, fueron al rescate del presidente ruandés desde 1990, después apoyaron al gobierno genocida luego de la muerte del presidente HABYARIMANA, y permitió a los genocidas refugiarse en Zaire al final de genocidio, durante la Operación Turquesa. |
53 | Muitas foram as razões pelas quais ninguém na França queria realizar um processo que arriscava abrir a caixa de Pandora. | Tantas razones que hicieron que nadie en Francia quisiera ver la dirección de un proceso que amenazaba con abrir la caja de Pandoae. |
54 | Um processo não deixará de mencionar o papel do Estado francês. | Un proceso que no dejará de evocar el rol del estado francés. |
55 | Ademais, a Justiça francesa não usou todos os meios para que os suspeitos de genocídio fossem julgados. | Además, la justicia francesa no puso todos los medios para que los presuntos genocidas fueran juzgados. |
56 | Foi uma falha esperar pela criação do “polo dos crimes contra a humanidade” no TGI de Paris para ver a justiça francesa aumentar sua velocidade. | Se hubiera necesitado esperar la creación del “eje de crímenes contra la humanidad” en el TGI (Tribunal Superior) [fr] de París para ver a la justicia francesa pasar a la instancia superior. |
57 | Os três juízes nomeados em tempo integral, os investigadores vão frequentemente a Ruanda em comissões rogatórias. | Los tres jueces nombrados a tiempo completo, los agentes investigadores van a menudo a Ruanda en comisiones rogatorias. |
58 | Já era tempo… É necessário dizer que o genocídio dos tútsis e a acusação dos genocidas não são temas que fascinam os nossos concidadãos. | Ya era hora… Hay que decir que el genocidio de los tutsis, la persecución de los genocidas no son temas que apasionen a nuestros conciudadanos. GV: ¿Cómo se rastrea a los supuestos autores? |
59 | G.V.: E como os supostos autores são caçados? | Muro de nombres. Tumba abierta. |
60 | Memorial: O repouso eterno para as vítimas da loucura humana. | Jardín de rosas. Memorial: reposo eterno para las víctimas de la locura humana. |
61 | Foto: abkodo2 | Foto de abkodo2. |
62 | A.G.: Nós somos praticamente os únicos a caçar os genocidas presentes em solo francês. | AG: Prácticamente, somos los únicos que rastreamos a los genocidas que están en suelo francés. |
63 | Se o CPCR ou outras associações não tivessem aberto queixas, nenhum suspeito de genocídio seria hoje levado à Justiça. | Si el CPCR o las otras asociaciones no hubieran interpuesto las demandas, ningún presunto genocida hubiera sido procesado por la justicia. |
64 | O Ministério Público nunca decidiu por si próprio a acusar os supostos genocidas. | La Fiscalía no se hubiera decidido jamás a procesar a los presuntos genocidas. |
65 | Como me dizia recentemente um diplomata, “os juízes preferem acusar os delinquentes que degradam a vida dos bairros mais do que os genocidas que vivem em plena tranquilidade, sem incomodar ninguém”. | Como me decía hace poco un diplomático, “los jueces prefieren procesar a los delincuentes que pudren la vida de los barrios antes que a los genocidas que viven con toda tranquillidad, sin perturbar a nadie”. |
66 | Esses comentários são chocantes, mas verdadeiros. | Esa declaración es chocante, pero es así. |
67 | Os suspeitos de genocídio refizeram suas vidas na França, envolvendo-se com associações caritativas, são bons vizinhos, bons pais de família, bons maridos, bons médicos… É difícil avaliar as cumplicidades, de prová-las principalmente. | Los presuntos genocidas se reconstruyeron la virginidad en Francia, se comprometieron con asociaciones de caridad, son buenos vecinos, buenos padres de familia, buenos esposos, buenos médicos… Es difícil de evaluar las complicidades, sobre todo probarlas. |
68 | A Igreja da França surpreendentemente protegeu alguns entre eles. | La Iglesia de Francia protege asombrosamente a algunos de ellos. |
69 | Os suspeitos de genocídio são ex-militares de Ruanda. | Los presuntos genocidas son antiguos militares de Ruanda. |
70 | Como eles chegaram à França? | ¿Cómo llegaron a Francia? |
71 | Com quais cúmplices? | ¿Con la complicidad de quién? |
72 | Será que os processos futuros nos permitirão ver isso mais claramente? | ¿Tal vez los futuros procesos nos permitirán verlo un poco más claro? |
73 | G.V.: No que se refere à reconciliação, além dos Gacacas, o que foi feito e quais são os obstáculos? | GV: En lo que se refiere a la reconciliación, además de los gacaca, ¿qué se ha hecho y cuáles son los obstáculos? |
74 | A.G.: A reconciliação é uma questão difícil. | La reconciliación es un asunto difícil. |
75 | Os Gacacas [en] [NdoT: sistema comunitário de justiça ruandês] provavelmente permitiram saber o que realmente se passou nas colinas ou nas cidades. | Los gacaca probablemente tienen permiso de saber lo que verdaderamente ocurrió en las colinas o en las ciudades. |
76 | Eles tiveram a oportunidade de receber pedidos de perdão. | Tuvieron la ocasión de pedidos de perdón. |
77 | Contudo, para mim o perdão não é uma questão pessoal. | Pero para mí, el perdón es un asunto personal. |
78 | Se um assassino pede-me perdão, eu posso perdoar-lhe. | Si un asesino me pide perdón, yo lo puedo perdonar. |
79 | Mas posso também recusar-me. | Pero también me puedo negar. |
80 | Em nome de que, em nome de quem eu posso conceder este perdão? | ¿En nombre de qué, en nombre de quién, puedo conceder ese perdón? |
81 | A vítima não existe mais. | La víctima ya no está. |
82 | Posso eu perdoar em seu nome? | ¿Puedo perdonar en su nombre? |
83 | Agora, pode-se entender também que a reconciliação tenha se tornado uma questão nacional. | Ahora se puede comprender también que la reconciliación se haya convertido en asunto nacional. |
84 | Os ruandeses estão condenados a viver juntos, principalmente nas colinas. | Los ruandeses están condenados a vivir juntos, sobre todo en las colinas. |
85 | Cada um deve ver qual passo pode dar em direção ao outro. Se o pedido de perdão é uma tática para não ser banido da sociedade, se o arrependimento não é sincero (como saber?), a reconciliação não se dará. | Corresponde a cada uno ver qué pasos se dan hacia el otro, si el pedido de perdón es una táctica para no tener que vivir al margen de la sociedad, si el arrepentimiento no es sincero (¿y cómo saberlo?), la reconciliación no se dará. |
86 | E portanto, para se reconstruir, para viver em paz, mas não uma paz superficial, a verdadeira reconciliação é indispensável. | Y sin embargo, para reconstruirse, para vivir en paz, pero no en una paz superficial, la reconciliación verdadera es indispensable. |
87 | No entanto, serão necessárias várias gerações para que ela chegue. | Pero se necesitará de muchas generaciones por venir. |
88 | O trauma é profundo entre as vítimas, mas também profundo entre os assassinos. | El trauma es profundo en las víctimas, pero también es profundo en los asesinos. |
89 | Como continuar a viver quando se cometeu tais crimes? | ¿Cómo seguir viviendo cuando se ha cometido crímenes así? |
90 | Como continuar a viver quando se foi vítima de tais crimes (massacres, estupros, humilhações…)? | ¿Cómo seguir viviendo cuando se ha sido víctima de crímenes así (masacres, violaciones, humillaciones…)? |