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1Bangladesh: Tribunal acusa “The Economist” de hackear computador de um de seus juízesTribunal de Crímenes de Guerra de Bangladesh acusa a ‘The Economist’ de ataque informático
2O Tribunal Internacional de Crimes (TIC) [en] é um órgão decisório em atividade em Bangladesh que foi formado, em 2010, com o objetivo de investigar e julgar crimes de guerra, contra humanidade e de genocídio praticados durante a Guerra de Independência de Bangladesh (1971).El Tribunal de Crímenes Internacionales (ICT) [en] de Bangladesh es una corte establecida para investigar y hacer justicia en los casos de crímenes de guerra, crímenes contra la humanidad y genocidio cometidos durante la Guerra de liberación bangladesí de 1971 [en].
3Em 6 de dezembro de 2012, o TIC acusou a “The Economist” de hackear o computador de um de seus juízes e pediu que a revista explicasse como obteve e-mails e conversas de Skype entre o Juiz Presidente Mohammed Nizamul Huq e Ahmed Ziauddin, um especialista em crimes de guerra de origem bangladeshi que atualmente vive em Bruxelas, na Bélgica, sendo que os dois homens se conhecem há 25 anos.El 6 de diciembre de 2012, el Tribunal de Crímenes de Guerra acusó [en] a la revista The Economist de ataque informático y le pidió que explicara cómo consiguió los correos electrónicos y escuchó las llamadas en Skype entre el Magistrado Mohammed Nizamul Huq el señor Ahmed Ziauddin, experto en crímenes de guerra, de origen bangladesí y residente en Bruselas, Bélgica. Los dos se conocen desde hace 25 años.
4O TIC acusou a “The Economist” de “interferir no trabalho do tribunal e violar a privacidade do juiz presidente”, na medida em que a revista entrou em contato e questionou o juiz diretamente sobre as conversas.La setencia de la corte acusó a The Economist de “interfercon con el trabajo del Tribunal y de violar la privacidad de su magistrado”, pues la revista contactó directamente al juez sobre sus conversaciones.
5Em 8 de dezembro de 2012, a “The Economist” respondeu ao TIC por meio de um post em que afirma que “ouviu 17 horas de gravações telefônicas e viu mais de 230 e-mails entre os dois homens”.El 8 de diciembre de 2012, The Economist respondió con el post de su blog [en] donde sostenía que había “escuchado 17 horas de covnersaciones telefónicas grabadas y visto más de 230 correos electrónicos entre los dos hombres”.
6No mesmo post, também foi publicado um breve relato de declarações prestadas à revista por Mohammed Nizamul Huq e Ahmed Ziauddin.También publicaron un relato corto de sus tratos con el señor Huq y el señor Ahmed.
7A situação se acalorou quando um jornal local, o Amar Desh [bn], publicou algumas transcrições das conversas, afirmando que as informações reproduzidas tinham origem num país estrangeiro.La situación aumentó cuando el diario local Amar Desh [bn] publicó algunas transcripciones de las conversaciones. El material fue obtenido de un ‘país extranjero', sugiere el informe.
8Anistia para os criminosos da Guerra de 1971Amnistía para criminales de guerra de 1971
9O governo de Bangladesh acredita que quase três milhões de pessoas foram mortas, e que entre 200.000 e 400.000 mulheres foram violentadas [en], pelo Exército paquistanês e seus colaboradores locais, num dos genocídios [en] mais sangrentos da história da humanidade.El gobierno de Bangladesh sostiene [en] que hasta tres millones de personas resultaron muertas, y entre 200 000 y 400 000 mujeres fueron violadas [en] por soldados paquistaníes y colaboradores locales, en uno de los peores genocidios [en] en la historia de la humanidad.
10Com base em um acordo tripartite entre Bangladesh, Paquistão e Índia, celebrado em 1974, 195 prisioneiros de guerra paquistaneses foram devolvidos ao Paquistão por Bangladesh, sendo que o Paquistão nunca chegou a julgá-los.Según un acuerdo tripartito [en] entre Bangladés, Paquistán e India en 1974, Bangladesh entregó a Pakistán 195 prisioneros de guerra paquistaníes con juicios pendientes y nunca fueron procesados.
11Um Comitê de Averiguação de Crimes de Guerra revelou que colaboradores locais do Exército paquistanês estiveram envolvidos em, pelo menos, 53 tipos de crimes.Un Comité de Búsqueda de Crímenes de Guerra reveló [en] que los colaboradores locales estaban involucrados en al menos 53 tipos de delitos.
12Entre esses colaboradores locais, havia um grande número de membros do Jamaat-e-Islami, um dos maiores partidos islâmicos do subcontinente, que se opôs à independência de Bangladesh e apoiou o Paquistão durante a guerra.Entre los colaboradores locales había un gran número miembros de Jamaat-e-Islami [en], uno de los mayores partidos islámicos del subcontinente, opuesto a Bangladesh y alineado con Pakistán durante la guerra.
13Num esforço de reconciliação nacional, o governo, ao longo do ano de 1973, concedeu anistia (pdf) [en] a todos aqueles que tinham sido condenados ou acusados de delitos sob a Ordenação dos Colaboradores (1972), à exceção dos acusados de assassinato, estupro ou incêndio culposo.En un esfuerzo a favor de la reconciliación nacional, el gobierno anunció una amnistía [en, pdf] para todos los acusados o convictos de delitos según el Decreto de Colaboradores (1972), excepto los acusados de asesinato, violación o incendio provocado.
14Mais tarde, todos essas investigações e processos foram suspensos, e todos os acusados foram liberados, deixando um ranço naquela parcela da sociedade que acredita que a justiça não foi feita.Más tarde se anularon todos los procesos y se liberó a todos los acusados, lo que dejó en la sociedad la impresión de que no se había hecho justicia.
15Jovens portando cartazes com caricaturas de supostos criminosos de guerra, e pedindo um julgamento célere. Imagem de Rehman Asad.Jóvenes con carteles en los que aparecen supuestos criminales de guerra se manifiestan para pedir un juicio rápido.
16Copyright Demotix (30/11/2012)Imagen de Rehman Asad.
17Crimes de guerra e anistia revisitados em 2010Derechos de autor Demotix (30/11/2012)
18Por uma decisão da Liga Awami de Bangladesh (também conhecida como Partido Nacionalista Awami), foi formado o TIC, em 25 de março de 2010, por meio de adaptações e emendas a alguns aspectos da Lei de Crimes (e Tribunais) Internacionais de Bangladesh (1973). Vale lembrar que o julgamento de criminosos de guerra foi justamente uma das promessas eleitorais da Liga Awami.La Liga Awami, que tiene el poder en Bangladés, instauró el Tribunal Internacional de Crímenes el 25 de marzo de 2010 con una enmienda a ciertos aspectos de la Ley de (tribunales de) crímenes internacionales de 1973, y el juicio a los criminales de guerra fue una de sus promesas electorales.
19Atualmente, o TIC está julgando 10 indivíduos, aí incluídos vários líderes do Jamaat acusados de incêndio culposo, estupro e outras atrocidades cometidas durante a Guerra de 1971.En la actualidad, el tribunal juzga a 10 personas, entre ellas varios líderes de Jamaat, por delitos de incendio provocado, violación y otras atrocidades cometidas durante la guerra de 1971
20O TIC tem sido criticado por algumas organizações de direitos humanas devido a certas falhas que colocaram em dúvida a justiça e a imparcialidade dos seus julgamentos.El Tribunal Internacional de Crímenes ha recibido críticas de numerosas asociaciones de derechos humanos por ciertas carencias que han planteado dudas sobre la justicia e imparcialidad de los procesos.
21Por outro lado, a sociedade civil em Bangladesh acusou o Jamaat-e-Islami de gastar milhões de dólares para fazer lobby [en] contra o TIC em diversos países, como os Estados Unidos e o Reino Unido.Por otra parte, la sociedad civil de Bangladesh acusa a Jamaat-e-Islami de gastar millones de dólares en grupos de presión [en] contra el Tribunal Internacional de Crímenes en varios países, entre ellos EE.UU. y el Reino Unido [en].
22O Jamaat também tem conduzido protestos de rua por toda Bangladesh, a fim de parar o julgamento de seus líderes, fazendo uso frequente de meios violentos como ataques contra a polícia.Jamaat también lleva a cabo manifestaciones en todo el país para intentar detener el juicio a sus líderes, a menudo recurriendo a medios violentos como ataques a la policía [en].
23O envolvimento da “The Economist”La implicación de The Economist con el Tribunal
24A blogosfera irrompeu em reações depois da circulação da notícia de que a “The Economist” tinha sido acusada de hackear e-mails e conversas de Skype entre o Juiz Presidente Mohammed Nizamul e o especialista em crimes de guerra Ahmed Ziauddin.La blogosfera se inundó de reacciones cuando se supo que la revista The Economist había sido acusada de piratear correos electrónicos y conversaciones en Skype entre el Juez Presidente Mohammed Nizamul Huq y Ahmed Ziauddin.
25Aunarjo Sangeet questionou:Aunarjo Sangeet [bn] preguntó
26Por que a conversa privada de um juiz foi gravada/hackeada ou publicada sem o seu consentimento?¿Por qué se grabaron/piratearon o publicaron las conversaciones de un juez sin su consentimiento?
27A respeitável corte certamente perguntaria isso.Un tribunal respetable debería preguntarlo.
28Hackear é um delito punível em Bangladesh (assim como no Reino Unido).Piratear es un delito en Bangladés (al igual que en el Reino Unido).
29A questão é por quanto tempo eles estão em atividade?La cuestión es ¿cuánto tiempo llevan activos?
30Quantas violações da privacidade como esta foram cometidas por hackers Jamaat?¿Cuantas infracciones contra la privacidad han cometido los hackers de Jamaat?
31Este post investigativo [bn] revela a atividade suspeita de uma página pró-Jamaat no Facebook intitulada ‘Awami Tribunal', a qual, muito antes da publicação no jornal local, tem publicado o áudio e os vídeos das conversas hospedados no Facebook e no YouTube.Este artículo de investigación [bn] revela la sospechosa actividad de una página de Facebook favorable a Jamaat titulada «Awami Tribunal», que ha estado publicando los audios y vídeos de las conversaciones de Skype albergadas en Facebook y YouTube mucho antes de que el periódico local los publicase.
32David Bergman, um jornalista que cobre questões relacionadas ao TIC, questionou em seu blog “Estaria a publicação de e-mails do Tribunal pela The Economist violando o código editorial?”David Bergman, un periodista que cubre las actividades del Tribunal Internacional de Crímenes lo cuestiona en su propio blog titulado La publicación de correos del tribunal por parte de The Economist, ¿podría infringir el código de los editores?
33[en].[en].
34Ele comenta:Comenta:
35Se a The Economist violou ou não o código editorial ao publicar esses e-mails depende da existência de suficiente interesse público nessa publicação, e isso, por sua vez, depende da seriedade do nível de impropriedade que a comunicação publicada mostra.Que The Economist incumpla o no el código de editores con la publicación de estos correos electrónicos depende de si hay suficiente interés público en su publicación, y eso a su vez depende de si la comunicación publicada resulta muy impropia o no.
36Ele acrescenta em outro post [en]:Y añade en otro artículo [en]:
37Existem muitos no governo, e dentre seus apoiadores, que acreditam que a The Economist tem algo contra a direção da Liga Awami. Isso principalmente por causa de um artigo que sustentava que a Liga Awami venceu as últimas eleições com ‘sacos de dinheiro e aconselhamento indianos” [en] (sem trazer qualquer evidência nesse sentido).Hay muchas personas en el gobierno y entre los que lo apoyan que piensa que The Economist se la tiene jurada al gobierno de la Liga Awami, principalmente a causa de un artículo que afirmaba que el gobierno de la Liga Awami había ganado las pasadas elecciones con «bolsas de dinero y consejos de India» [en] (sin aportar ninguna prueba).
38A revista também tem consistentemente criticado os julgamentos de crimes de guerra [en].También ha sido sistemáticamente crítico con los juicios por los crímenes de guerra [en].
39O ex-chefe Jamaat, Gulam Azam, é levado para a prisão central de Dhaka, por força de uma ordem do tribunal.El antiguo jefe de Jamaat, Gulam Azam, es trasladado a la Prisión Central de Daca por orden del tribunal.
40Imagem de Firoz Ahmed.Imagen de Firoz Ahmed.
41Copyright Demotix (11/1/2012)Derechos de autor Demotix (11/1/2012)
42Blogueiros também discutiram se havia suficiente interesse público nas conversas divulgadas, que se referiam, em sua maior parte, a assuntos pessoais e a algumas discussões sobre os julgamentos.
43Pritom Das comenta [bn]:Pritom Das comenta [bn]:
44Ambos, Ahmed Ziauddin e Ziaul Haque Nasim, sugeriram que os julgamentos não deviam transcorrer com pressa, como pedido pelo governo, e sim que deveria lhes ser dispensado o tempo adequado.Tanto Ahmed Ziauddin como Ziaul Haque Nasim sugirieron que el juicio no debería apresurarse solo porque quiera el gobierno, hay que darle el tiempo suficiente.
45Eles falaram de ‘julgamento justo' uma porção de vezes.Han hablado de un «juicio justo» muchas veces.
46Arif Jebtik escreve [bn]:Arif Jebtik escribe [bn]:
47Dr. Ziauddin não é um ativista ou líder político, e sim um jurista com reputação internacional, especializado em crimes de guerra.El doctor Ziauddin no es un activista ni líder político, es más bien un abogado de reputación internacional especializado en crímenes de guerra.
48Se ele teve esse tipo de conversas, isso ocorreu apenas a fim de ajudar a manter a qualidade do tribunal - assim, ele deveria ser elogiado.El que intervenga en una conversación de ese tipo solo ayudará a mantener la calidad del tribunal, y eso merece todos los elogios.
49A longa transcrição publicada no jornal Amar Desh estava repleta de assuntos pessoais.La larga transcripción publicada por el Daily Amar Desh estaba llena de temas personales.
50Os dois homens do Direito discutiram diferentes questões relacionadas aos julgamentos, ao lar e ao estrangeiro.Ambos juristas discuten distintos asuntos de juicios nacionales e internacionales.
51Eu não vejo nenhuma discrepância.Yo no veo discrepancias.
52Resta saber se a “The Economist” publicará o relato completo e se isso terá algum impacto no Tribunal.Queda por ver si The Economist publicará la historia y si esto tendrá impacto en el tribunal.