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1Cabinda: Ouro Negro de AngolaCabinda: Oro negro de Angola
2Rodeado a norte, a leste e sul pela República Democrática do Congo está escondido o enclave de Cabinda, 18ª província de Angola, que trava uma luta antiga pela sua independência.Rodeada al norte, este y sur por la República Democrática del Congo, Cabinda, la décima octava provincia de Angola, ha estado enfrascada en una antigua lucha por su independencia.
3Dona de uma floresta húmida e densa, Cabinda sempre foi a mais disputada de todas as províncias de um país cujo território encontra-se afastado do seu.Con su selva densa y húmeda, Cabinda ha sido siempre la más disputada de todas las provincias en un país cuyo territorio está ubicado lejos de la provincia.
4O petróleo extraído em Cabinda representa cerca de 70% do crude exportado por Angola e corresponde a mais de 80% das exportações angolanas colocando-a como o segundo maior produtor de petróleo da África, perdendo apenas para a Nigéria.El petróleo que se extrae en el enclave representa cerca del 70% del petróleo crudo que exporta Angola y corresponde a más del 80% de las exportaciones angoleñas, lo que coloca al país en el segundo lugar de producción de petróleo en África, detrás solamente de Nigeria.
5Os limites da naçãoLas fronteras del país
6A maior parte da população Angolana diz que Cabinda faz parte de Angola, mas outros defendem uma posição contrária.La mayoría de la población angoleña dice que Cabinda es parte de Angola, pero otros defienden la posición contraria.
7Construção de estrada entre Cabinda e Malongo, “terra de petróleo“.Construcción de una carretera entre Cabinda y Malongo, “tierra de petróleo” [pt].
8Foto de mp3ief no Flickr (CC BY-NC-SA 2.0)Foto de mp3ief en Flickr (CC BY-NC-SA 2.0).
9Em 1885, os governantes portugueses resolveram integrar Cabinda como protectorado da Coroa colonial, e em 1920 o território passou a ser considerado parte integrante de Angola.
10Após a Revolução de 1974 em Portugal e com o processo de descolonização, os interesses políticos obrigaram Cabinda a permanecer como território angolano.
11Desde então as opiniões se Cabinda é Angola têm-se dividido bastante.Eugénio Costa Almeida, experto en relaciones internacionales, defiende la posición de que [pt],
12O especialista em relações internacionais Eugénio Costa Almeida defende que, Cabinda é parte integrante da República de Angola, mas também tenho sempre afirmado que, pela sua especificidade cultural e económica, Cabinda deve gozar de um Estatuto especial dentro da Pátrio angolana.Cabinda es parte integral de la República de Angola, pero de la misma manera, siempre he afirmado que, debido a su especificidad cultural y económica, Cabinda debe gozar de un Estatuto especial dentro de la patria angoleña.
13Ganharíamos todos, sem qualquer dúvida.Ganaríamos todos, sin duda.
14Já o jornalista Orlando Castro, com várias publicações sobre a disputa do território, como o livro de 2011 “Cabinda - Ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação”, e incansável defensor dos direitos cabindas no seu blog Alto Hama, acredita que, tal como foi Timor-Leste, Cabinda é um território oprimido e que tem direito à independência:El periodista Orlando Castro, que ha publicado varios trabajos sobre la disputa territorial, como el libro “Cabinda - Protectorado de ayer, colonia de hoy, nación del mañana” de 2011, es un incansable defensor de los derechos de Cabinda en su blog Alto Hama, y cree [en] que, como Timor Oriental antes, Cabinda es un territorio oprimido que tiene el derecho a la independencia:
15Cabinda é um território ocupado por Angola.Cabinda es un territorio ocupado por Angola.
16E, tanto a potência ocupante, como a que o administrou (Portugal), pensaram, ou pensam, em fazer um referendo para saber o que os cabindas querem.Y, tanto la potencia ocupante como la que lo administró (Portugal) pensaron, o están pensando, en realizar un referéndum para saber lo que los cabindas quieren.
17Seja como for, o direito de escolha do povo não prescreve, não pode prescrever, mesmo quando o importante é apenas o petróleo.Sea como sea, el derecho del pueblo de escoger no prescribe, aun cuando lo importante sea apenas petróleo.
18O movimento pró-independência Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), continua a lutar por uma solução para tornar este território rico em petróleo independente.El movimiento a favor de la independencia, Frente para la Liberación del Enclave de Cabinda (FLEC), sigue peleando [pt] por una solución para llevar la independencia a este territorio rico en petróleo.
19Numa entrevista para a Deutsche Welle, Stéphane Barros, representante da FLEC em Portugal, declarou:En una entrevista para Deutsche Welle, Stéphane Barros, representante de FLEC en Portugal, declaró:
20O povo de Cabinda não está interessado numa pacificação militar.El pueblo de Cabinda no está interesado en una pacificación militar.
21O que se pretende agora é uma solução política que passe por um processo internacional, credível e democrático, porque a vontade do povo de Cabinda deve ser ouvida e respeitada”, defendeu o representante da FLEC em PortugalLo que se quiere ahora es una solución política que pase por un proceso internacional, creíble y democrático, porque la voluntad del pueblo de Cabinda debe ser escuchada y respetada”, defendió la representante del FLEC en Portugal.
22Durante as eleições de Agosto, o Movimento Nacional de Cabinda, uma das várias organizações que luta pela independência a partir do exílio, ponderou boicotar as eleições.Durante las elecciones de agosto, el Movimiento Nacional Cabinda, una de varias organizaciones que está luchando por la independencia desde el exilio, consideró la idea de boicotear las elecciones.
23Para Bartolomeu Capita, um dos representantes do movimento, “não havia vantagem nenhuma para os cabindas envolverem-se nestas eleições.Para [pt] Bartolomeu Capita, uno de los representantes del movimiento, “no había ninguna ventaja en absoluto para que el pueblo de Cabinda participe en estas elecciones.
24Não nos diz respeito, não somos angolanos e nem queremos ser”.No nos conciernen, no somos angoleños y no queremos serlo”.
25O partido no poder, MPLA, conseguiu no entanto garantir a sua reeleição na província com 59,4% dos votos, uma vitória que Stephan Baptista, no Club-k.net, atribui a vários motivos, como o facto da maioria da população estar baseada na periferia, Maiombe, e mostrar-se favorável à soberania angolana, enquanto os intelectuais da “oposição dócil” são uma minoria e estão na cidade, e também à elevada presença de “membros dos órgãos de defesa e segurança, a tábua da salvação para o partido maioritário em Cabinda”.No obstante, el Movimiento Popular de Liberación de Angola (MPLA), el partido en el poder, logró garantizar su reelección en la provincia con 59. 4% de los votos [pt], una victoria que Stephan Baptista, en Club-k.net, atribuye [pt] a diversas razones, incluido el hecho de que la mayoría de la población se ubica en la periferia, Maiombe, y está a favor de la soberanía angoleña, en tanto que los intelectuales de la “oposición dócil” son una minoría y están en la ciudad, así como la fuerte presencia de “miembros de las fuerzas de defensa y seguridad, el mayor sustento del partido está en Cabinda”.
26Retratos de CabindaImágenes de Cabinda
27Mulher de Cabinda.Mujer en Cabinda.
28Foto de Dom Bosco Angola no Flickr (CC BY-NC-SA 2.0)Foto de Dom Bosco Angola en Flickr (CC BY-NC-SA 2.0).
29Se “falar hoje de Cabinda é algo que desagrada aos poderes políticos de Angola e de Portugal, bem como ao poder económico nacional ou global”, como defende [en] Orlando Castro, a imprensa estatal de Angola por seu lado descreve a província como a visão do paraíso.Aunque “hablar acerca de Cabinda hoy es algo que disgusta a los poderes políticos en Angola y Portugal, así como a la fortaleza nacional y global económica”, como sostiene [en] Orlando Castro, de otro lado, la prensa estatal angoleña describe la provincia como una visión del paraíso.
30Os arredores de Cabinda possuem uma vegetação exuberante e ali é possível contemplar o Oceano Atlântico.Los alrededores de Cabinda se caracterizan por una abundante vegetación y vistas al Océano Atlántico.
31Não se sabe ao certo quantos habitantes possui esta província de Angola, já que até a data não foi feito nenhum recenseamento, mas estima-se que sejam 400 mil, com uma cultura própria que nos últimos anos têm perdido algumas das suas tradições.No se sabe con exactitud cuántos habitantes tiene esta provincia angoleña, pues hasta la fecha no se ha llevado a cabo ningún censo, pero se estima que la población es de cerca de 400 000 habitantes, con una cultura particular que ha perdido algunas de sus tradiciones en años recientes.
32São poucas as páginas criadas nas redes sociais que divulgam a realidade das pessoas humildes que dão vida e alegria a esta região misteriosa, mas as que existem, como é o caso da página criada no Facebook por José Sambo, deixam antever a beleza Cabindense.Pocas páginas se han creado en las redes sociales para publicitar la realidad del humilde pueblo que dio vida y alegría a esta misteriosa región, pero las que existen, como la página de Facebook que creó [pt] by José Sambo, permite echar una mirada a la belleza de Cabinda.
33Uma vídeo-reportagem partilhada no blog Cidade de Cabinda apresenta várias tradições, usos e costumes da província.Un informe en video [pt] publicado en el blog Cidade de Cabinda presenta varias tradiciones, prácticas y costumbres de la provincia.
34Em Cabinda falam-se vários dialectos como o Fiote, Ibinda e Kikongo e a língua oficial é o Português.En Cabinda, se hablan una serie de dialectos, incluido fiote, ibinda y kikongo y el idioma oficial es el portugués.
35Cabinda é a terra de um povo que se sente estranho na sua própria terra e que luta até hoje para ser independente.Cabinda es el territorio de un pueblo que se siente extranjero en su propia tierra y que hoy sigue luchando por su independencia.
36Cabinda não é feita só de sorrisos é feita também de gente que passa fome.Cabinda no está hecha solamente de sonrisas: también está hecha de gente con hambre [pt].
37A imprensa privada dá voz a críticas que pintam a realidade de Cabinda quase como um inferno, e muitas vezes surgem ameaças a jornalistas e activistas, como o Global Voices reportou [en] em Outubro de 2011.La prensa privada da una voz a los críticos que pintan la vida en Cabinda como casi infernal, y muchas veces surgen amenazas contra periodistas y activistas, como informó [en] Global Voices en octubre de 2011.
38Um artigo assinado por Senador Barros Navecka no website Cabinda Nation descreve:Un artículo del Senador Barros Navecka en el sitio web Cabinda Nation describe [pt]:
39As universidades e os hospitais não dispõem de instalações condignas.Las universidades y hospitales no tienen las instalaciones apropiadas.
40A cidade e as vilas sem água potável, sistemas de esgotos, drenagem e saneamento de água contrastam com o renascer das cidades angolanas e as mansões, moradias, participações privadas, obras feitas e contas chorudas e prédios de luxo que crescem como cogumelos em Luanda e no estrangeiro.La ciudad y las aldeas sin agua potable, sistemas de desagüe, drenaje y saneamiento de agua, contrastan con el renacimiento de las ciudades angoleñas y las mansiones, villas, participaciones privadas, obras concluidas y cuentas llenas de dinero y departamentos de lujo que crecen como hongos en Luanda y en el extranjero.