Sentence alignment for gv-por-20110222-17062.xml (html) - gv-spa-20110302-56185.xml (html)

#porspa
1Angola: Despejos em Massa Deslocam MilharesAngola: Desalojos masivos desplazan a miles
2Um projecto de demolições massivas no Lubango, capital da província de Huíla, levado a cabo pelo governo de Angola, já deixou um rasto de mais de cinco mil deslocados [en] no sudoeste do país.Una demolición a gran escala en Lubango, capital de la privincia de Huila, llevada a cabo por el gobierno de Angola, ya ha dejado a su paso más de 5.000 personas desplazadas [en] en el suroeste del país.
3Ao longo da “Operação combate e demolição de favelas e construções anárquicas na municipalidade de Lubango” não só os direitos humanos dos directamente afectados têm sido desrespeitados como também os jornalistas que reportam sobre o caso são perseguidos [en].Durante la “Operación de combate y demolición de barriadas y construcciones anárquicas en el municipio de Lubango” [pt] no sólo han sido violados los derechos humanos de las personas directamente afectadas, sino también los periodistas que han informado sobre el caso han sido perseguidos [en].
4O vazio de informação nos meios de comunicação sobre o que vai para além da “limpeza para construir áreas de interesse público” tem sido complementado por veículos de mídia cidadã e pelos canais de organizações da sociedade civil e religiosas.El vacío de información en los medios [pt] sobre lo que va más allá de una “limpieza para la construcción de áreas de interés público”, ha sido complementado con los medios ciudadanos e información de la sociedad civil y de organizaciones religiosas.
57 Familias estão ao ar lento na zona da Chimucua sem serviços essenciais (Outubro de 2010).Siete familias quedaron sin hogar en el área de Chimucua, sin los servicios básicos (Octubre de 2010).
6Foto de OMUNGA no blog Quintas de DebateFoto de OMUNGA en el blog Quintas de Debate.
7Ao reconstruir-se um puzzle de blogs, a imagem que resta das consequências sociais das demolições é trágica.Al reconstruir desde los blogs este rompecabezas, la imagen que persiste de las consecuencias sociales de las demoliciones es trágica.
8Luiz Araújo resume no blog Angola Resistente:Luis Araújo lo resume [pt] en el blog Angola Resistente:
9Desânimo, suicídio, falência dos pequenos negócios de sobrevivência, frustração por não verem cumpridas as promessas de apoio ao realojamento, impossibilidade de prosseguir estudos são efeitos previsíveis do desalojamento e deslocação forçada que têm autores e que devem ser responsabilizados por esses crimes, pois afinal são isso mesmo, CRIMES.Falta de energía, suicidio, quiebra de las pequeñas empresas de subsistencia, frustración por no ver que se mantienen las promesas de reubicación, la imposibilidad de continuar los estudios, son todos los efectos previsibles de los desplazamientos y desalojos forzosos, perpetrados por personas que deberían ser consideradas responsables de estos delitos, ya que estos son al final exactamente esto, DELITOS.
10No blog Folha8, um artigo de Kuiba Afonso & Arlindo Santana faz o enquadramento histórico das migrações no Lubango:En el blog Folha8, en un artículo de Kuiba Afonso y Arlindo Santana, se proporciona el contexto histórico [pt] de la migración en Lubango:
11Por ocasião do reatamento da guerra depois das eleições fracassadas de 1992, muita gente foi obrigada a fugir das suas terras de origem por razões óbvias de sobrevivência.Con motivo del regreso a la guerra después de las elecciones fallidas de 1992, muchas personas se vieron obligadas a huir de sus lugares de origen por obvias razones de supervivencia.
12A cidade do Lubango não escapou às consequências dessas efémeras transumâncias humanas e viu-se a braços com a chegada de muita gente vinda das cidades, bualas e outros centros urbanos do sul do país.La ciudad de Lubango no escapó a las consecuencias de estas efímeras migraciones humanas y se vio luchando con la llegada de muchas personas de las ciudades, bualas [pueblos] y otros centros urbanos en el sur del país.
13Quase duas décadas depois, o Lubango deixou de ser abrigo para passarem os lubanguenses a sem-abrigo:Casi dos décadas más tarde, Lubango ya no es un refugio para aquellos que se han convertido en desposeídos lubangueses [pt]:
14Os bulldozers continuaram sob olhar indignado de muitos cidadãos, que a guerra trouxe a cidade do Lubango em busca de segurança, mas transformadas pelas instituições estatais em cenário de violações dos direitos fundamentais do homem, consagrados na Constituição e Declaração Universal.Las excavadoras continúan bajo la mirada indignada de muchos ciudadanos, que la guerra trajo a la ciudad de Lubango en busca de seguridad, pero ha sido transformada por las instituciones del Estado en una escena de violación de los derechos humanos fundamentales, consagrados en la Constitución y la Declaración Universal.
15A guerra terminou há oito anos.La guerra terminó hace ocho años.
16Luis Samacumbi reportou [en] sobre o início do medo e do pânico no Lubango:Luis Samacumbi, en el sitio Pambazuka news, informó [en] sobre el inicio del miedo y el pánico en Lubango:
17As demolições começaram Sábado dia 6 de Março de 2010.La demoliciones comenzaron el sábado 6 de marzo de 2010.
18O dia seguinte amanheceu mais empoeirado do que outros dias.El día siguiente hubo más polvo que otros días.
19Era a poeira das casas derrubadas na véspera.Era el polvo de las casas derribadas el día anterior.
203 Vitimas não foram indeminizadas (Outubro de 2010).Tres víctimas no recibieron ninguna compensación (Octubre de 2010).
21Foto de OMUNGA no blog Quintas de Debate.Foto de OMUNGA en el blog Quintas de Debate.
22O resultado das demolições de Março ao longo da linha férrea do Lubango, deslocando milhares para a Tchavola, a 10km do centro da cidade, foi dramático.El resultado de las demoliciones de marzo a lo largo de la línea de ferrocarril en Lubango, desplazando a miles hacia Tchavola, a 10 km del centro de la ciudad, fue dramático.
23Para além de “tensões e conflitos entre os habitantes locais e os novos inquilinos” por alegadamente estarem a ser cedidas lavras pertencentes aos locais aos novos “depositados”, Gil Gonçalves do blog Universidade, escreveu sobre as perdas humanas:Más allá de las “tensiones y conflictos entre los habitantes locales y los nuevos inquilinos”, porque supuestamente los campos pertenecientes a las poblaciones locales fueron cedidos a los recién “llegados”, Gil Gonçalves, del blog Universidade, escribió sobre las pérdidas humanas [pt] :
24Várias fontes falam de 7 mortes no total, sendo uma criança que caiu do camião que transportava pessoas desalojadas, uma criança que foi atropelada por carros do Governo que fugiam o apedrejamento de populares no bairro Canguinda, no Domingo, dia 7, um adulto que desmaiou aquando da demolição da sua casa e acabou por morrer hoje no hospital Central.Varias fuentes hablan de siete muertes en total, un niño que cayó de un camión que transportaba a los desplazados, un niño atropellado por autos del gobierno huyendo de las piedras lanzadas por la gente del barrio Canguinda, el domingo 7, un adulto se desmayó durante la demolición de su casa y acabó muriendo en el hospital central.
25Entretanto, a família do finado já está na Tchavola, lugar onde está a ser depositada a população desalojada, mas não tem lugar para fazer o óbito.Mientras tanto, la familia del fallecido se encuentra en Tchavola, lugar donde los desplazados están siendo dejados, pero no tienen un lugar para realizar un funeral.
26Outras pessoas que morreram incluem crianças que teriam ficado numa das casas demolidas .Otras personas murieron, incluidos los niños que se habían quedado rezagados en las casas demolidas.
27Segundo um artigo publicado no portal A Pátria, o Governador de Huíla, Isaac dos Anjos, declarou que as famílias cujas residências tinham sido demolidas teriam de comprar os terrenos, ao que o povo respondeu que sem dinheiro nem materiais “não é fácil construir”.Según un artículo [pt] publicado en el portal A Pátria (La Nación), el Gobernador del Huila, Isaac dos Anjos, declaró que las familias cuyas viviendas habían sido demolidas tendrían que comprar la tierra, a lo que el pueblo respondió: “no es fácil construir” sin dinero o materiales.
28Num comentário, Ninguém escreve:En un comentario, Ninguém [Nadie] escribe:
29É louvável que se faça infra-estruturas num país pós guerra,mas desde que seja de uma maneira mais coerente, responsável e razoável para com a população e não esses desalojamentos que fazem como se as pessoas fossem apenas cães rafeiros ou mesmo objectos descartáveis!!!!Es loable que las infraestructuras estén construidas en un país post-guerra, pero sólo si es de manera coherente, responsable y razonable en relación con las personas y no estos desplazamientos que llevan a cabo ¡¡¡como si la gente fuera sólo perros callejeros o hasta objetos desechables!!!
30Seria muito melhor, se o governo fizesse um aviso previo(com dois anos de antecedencia) e antecipadamente [reunisse] condicoes financeiras suficiente para que as pessoas construam suas novas casas para terem onde ficar quando tiverem que abandonar o espaco precisado pelo governo.Sería mucho mejor si el gobierno advirtiera previamente (con dos años de plazo de ejecución) y por adelantado reuniera las condiciones financieras suficientes para que la gente construyera nuevas casas, así tendría un lugar para vivir cuando fueran a abandonar el espacio que necesita el gobierno.
31Em Setembro, “o martelo demolidor volta a espreitar na cidade do Lubango”.En septiembre [pt], “la demoledora regresó para espiar a la ciudad de Lubango”.
32Os trabalhos ao longo das margens até 50 metros do rio Mukufi, no centro da cidade capital surpreendaram “muitas famílias cujas casas não estavam marcadas para serem demolidas, mas que assistiram o martelo ruir os lares sem aviso prévio” nos bairros Lucrécia, Comercial, 14 de Abril e Favorita.Los trabajos de construcción a lo largo de un tramo de 50m junto al río Mukufi, en el centro de la ciudad, sorprendió a “muchas familias cuyas casas no estaban marcadas para la demolición, pero que vieron la demoledora destruir sus hogares sin previo aviso” en los barrios de Lucrécia, Comercial, 14 de Abril y Favorita.
33Um artigo de autoria anónima partilhado pelo Centro para o Desenvolvimento e Parcerias de Angola, afirma que “Os rastos de destruição podem ser comparados como os estragos deixados no Haiti por forças da Natureza“:Un artículo anónimo [pt] compartido por el Centro de Desarrollo y Cooperación de Angola, afirma que “El camino de destrucción sólo puede ser comparado con los daños causados en Haití por las fuerzas de la naturaleza”:
34Desolação, lágrimas e frustração a mistura marcam, desde quarta-feira, a vida de perto de duas mil famílias desalojadas pelo governo da província da Huíla, em Angola, seis meses de pois das primeiras três mil vítimas de demolições forçadas, em Março 2010, continuarem em condições precárias na zona da Tchavola.Desplazamiento, lágrimas y frustración mezclados entre sí, han afectado desde el miércoles la vida de cerca de 2.000 familias desplazadas por el gobierno de la provincia de Huila, en Angola, seis meses después de las primeras tres mil víctimas de los desalojos forzosos en marzo de 2010 , que siguen viviendo en condiciones precarias en la región de Tchavola.
35O mesmo artigo diz que “crianças, idosos, portadores de deficiência e mulheres grávidas foram transferidas sem indemnização para uma zona conhecida por Tchimucua, onde faltam escolas, postos de saúde e água potável” e que “as famílias afectadas foram consoladas com um espaço de mil metros quadrados, onde são obrigadas a recomeçar as suas vidas, através de processo de autoconstrução dirigida, sem apoio material do governo”.El mismo artículo dice que “los niños, ancianos, discapacitados y mujeres embarazadas fueron transferidos sin compensación alguna a un lugar llamado Tchumucua, donde no hay escuelas, puestos de salud o agua potable” y que “a las familias afectadas se les dio un espacio de trescientos metros cuadrados, donde se ven obligados a rehacer sus vidas, a través de un proceso de auto-construcción dirigido [por el gobierno], sin ningún tipo de apoyo material gubernamental”.
36Vídeo no blog Quintas de Debate: Lubango demolições de mais de mil residências - Entrevista "A voz das Vitimas" aos lesados nas demolições ao longo do rio MukufiVideo en el blog ídeo Quintas de Debate: Demoliciones en Lubango de más de mil casas - Entrevista "La Voz de las Víctimas" a los afectados en los alrededores del río Mukufi.
37De acordo com o website Voz da América, as consequências das condições desumanas oferecidas à população da Huila, e a frustração provocada pelas políticas condenáveis de realojamento em situação deplorável, faz com que semanalmente morram idosos e crianças sinistrados das demolições na cidade do Lubango e levou já quatro jovens ao suicídio em Tchavola e TchimucuaSegún el sitio web Voz da América [Voz de América; pt], las consecuencias de las condiciones inhumanas ofrecidas a la población del Huila y la frustración causada por las políticas condenables de reubicación en condiciones deplorables, están causando muertes semanales de ancianos y niños que se quedan atrás durante las demoliciones y han provocado el suicidio de cuatro jóvenes en Tchavola y Tchimucua.
38Tudo aponta para que em 2011 a tragédia continue com o arranque de uma nova fase do projecto.Todo indica que durante 2011 la tragedia continuará con el lanzamiento de una nueva fase del proyecto.
39Na blogosfera prevê-se que pelo menos sejam demolidas vinte residências de vinte famílias do bairro Rangel “que ficarão entregues à sua sorte”, uma igreja construída em 1948, e o Prédio 4 Cine, cuja Comissão de Moradores teme ficar ao relento após desalojamento, já que a alternativa de habitação que lhes é apresentada deixa muito a desejar:La blogósfera predice que otras veinte residencias [pt] en el barrio Rangel, “serán dejadas a la suerte”, una iglesia [pt] construida en 1948 y el edificio 4 Cine [pt]. La Asociación de Residentes de 4 Cine teme que se quedarán en la calle, ya que el alojamiento alternativo que se les presentan deja mucho que desear:
40«É uma mata fora, sem água, sem energia eléctrica nem estrada de acesso.Allí hay sólo matorrales, no hay agua ni electricidad ni vías de acceso.
41(…) dizem que estão a preparar tendas para preparar o nosso desalojamento, para uma área sem nenhuma condição de habitabilidade».(…) dicen que están preparando las tiendas para nuestro desplazamiento, en un área que no tiene las mínimas condiciones habitables.
42O blog Folha8 termina:El blog Folha8 [pt] concluye:
43Dizer que todos estes atentados à dignidade se perpetram numa repetição de actos de despejo cometidos “éne” vezes desde que Angola é independente, já se tornou ladainha de pessoas que acreditam num futuro de Angola em que as coisas melhorarão, o que não passa de um simples acto de fé, à maneira de crentes que rezam para que Deus os tire da miséria.Todos estos atentados a la dignidad perpetrados con los repetidos desalojos, se han cometido “tropecientas” veces desde la independencia de Angola, hasta el punto que ya se ha vuelto parte de la oración de la gente que cree en un futuro en el cual las cosas mejorarán en Angola. Nada más que un simple acto de fe, al igual que los creyentes oran a Dios para que los saque de la miseria.
44Com um pseudo-governo, a agir deste modo, nunca mais!¡Con un pseudo-gobierno, actuando de esta manera, nunca va a pasar!
45Não Partam a Minha Casa, Conferência sobre as demolições e desalojamentos forçados.No derriben mi casa. Conferencia sobre las demoliciones y los desalojos forzados.
46Por OMUNGA, no blog Quintas de DebateFoto de OMUNGA en el blog Quintas de Debate.
47Em alerta com as proporções das acções, Jacques Arlindo dos Santos, da associação Chá de Caxinde, lançou um abaixo-assinado dirigido ao Presidente da Assembleia Nacional, apelando ao respeito pelos “direitos sagrados dos cidadãos” face ao “desusado movimento de demolição de casas em várias cidades do país“.Alertando a otros de la escala de las demoliciones, Jacques Arlindo dos Santos, de la Asociación Chá de Caxinde, publicó una petición [pt]. Él mismo se dirige al Presidente del Parlamento, pidiendo el respeto de “los sagrados derechos de los ciudadanos” de cara a la “presión arcaica para demoler casas en varias ciudades del país”.
48A organização não governamental OMUNGA (“União” na língua Umbundo) tem apelado desde o início de 2010 ao Estado de Angola para que implemente medidas “de forma a respeitarem-se a Constituição de Angola e os demais tratados de direitos humanos”.OMUNGA, una ONG (que significa “Unión” en el lenguaje umbundo), ha hecho un llamado [pt] desde 2010 para que el Estado de Angola tome medidas de una forma “que respete la Constitución de Angola y otros tratados de Derechos Humanos”.
49Na altura das demolições de Março era solicitado à “Assembleia Nacional a criação urgente de uma comissão que [investigasse e avaliasse] a amplitude do processo de demolições em curso” e ao Presidente José Eduardo dos Santos que fosse posto um fim imediato à acção enquanto o “cumprimento de todos os pressupostos exigíveis para acções do género” não estivesse a ser cumprido.En el momento de las demoliciones de marzo pidió con urgencia que el Parlamento cree una comisión [para investigar y evaluar] la amplitud del proceso de demolición en curso “y pidió al presidente José Eduardo dos Santos, que cesara inmediatamente la actividad, en tanto la “ejecución de todas las condiciones previas necesarias para las acciones de este tipo” no sean puestas en marcha.