# | por | spa |
---|
1 | Portugal: Democracia Sai à Rua a 15 de Outubro | Portugal: La democracia toma las calles el 15 de octubre |
2 | Este artigo faz parte da nossa cobertura especial Europa em Crise. | Este post es parte de nuestra cobertura especial de Europa en Crisis. |
3 | Em Portugal, no dia de acção global marcado para o próximo 15 de Outubro, “a democracia sai à rua”. | En Portugal, el día de acción global [pt] programado para el 15 de octubre, la ‘democracia tomará las calles'. |
4 | O protesto apartidário, laico e pacífico está convocado para as principais cidades do país, e o apelo é feito “pela democracia participativa, pela transparência nas decisões políticas, pelo fim da precariedade de vida”: | La protesta no partidaria, secular y pacífica se está organizando en las principales ciudades del país, con un llamado a una ‘democracia participativa, transparencia en la política y el final de la precariedad de la vida': |
5 | A actual governação assenta numa falsa democracia em que as decisões estão restritas às salas fechadas dos parlamentos, gabinetes ministeriais e instâncias internacionais. | A actual governação assenta numa falsa democracia em que as decisões estão restritas às salas fechadas dos parlamentos, gabinetes ministeriais e instâncias internacionais. |
6 | Um sistema sem qualquer tipo de controlo cidadão, refém de um modelo económico-financeiro, sem preocupações sociais ou ambientais e que fomenta as desigualdades, a pobreza e a perda de direitos à escala global. | Um sistema sem qualquer tipo de controlo cidadão, refém de um modelo económico-financeiro, sem preocupações sociais ou ambientais e que fomenta as desigualdades, a pobreza e a perda de direitos à escala global. |
7 | Democracia não é isto! | Democracia não é isto! |
8 | | El actual gobierno se basa en una falsa democracia que está confinada a las salas cerradas del Parlamento, gabinentes ministeriales e instancias internacionales. |
9 | | Un sistema sin ningún tipo de control ciudadano, rehén de un modelo económico y financiero, sin preocupación social ni ambiental que fomenta desigualdades, pobreza y pérdida de derechos a escala global. |
10 | A democracia sai à rua: principais cidades portuguesas com manifestação agendada. | ¡Esto no es democracia! |
11 | | En los diversos manifiestos [pt] que están en circulación, hay amplio descontento con las actuales políticas neoliberales y hacia sus medidas de recortes sociales y privatización de servicios públicos impuestos por la “troika” (Fondo Monetario Internacional, Banco Central Europeo y Comisión Europea), para tratar de resolver la crisis económica que atraviesa el país. |
12 | Nos vários manifestos que estão em circulação, é generalizado o acentuado descontentamento com as políticas neo-liberais em vigor e com as medidas de cortes sociais e de privatização de serviços públicos impostas pela “troika” (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), para fazer frente à crise económica que o país atravessa. | Los habitantes de cada ciudad donde se está organizando el 15 de octubre han agregado reclamos más específicos al manifiesto, como es el caso de la ciudad colectiva de Porto, que señala: - Retiro del memorándum. |
13 | Reinvindicações mais específicas foram acrescentadas pelos cidadãos aos manifestos de cada cidade em que o 15 de Outubro está a ser organizado, como é o caso do colectivo da cidade do Porto, que aponta: | Váyanse. ¡No queremos el gobierno del FMI y la troika! - Nacionalización de los bancos - con planes de rescate, el estado ha pagado a los bancos para que especulen. |
14 | | - Abran las cuentas de deuda - queremos saber a dónde se fue el dinero. |
15 | - retirem o memorando. vão embora. não queremos o governo do FMI e da troika! - nacionalização da banca - com os planos de resgate, o estado tem pago à banca para especular - abram as contas da dívida - queremos saber para onde foi o dinheiro - não ao pagamento da dívida ilegítima. esta dívida não é nossa - não devemos nada, não vendemos nada, não vamos pagar nada! - queremos ver redistribuídas radicalmente as riquezas e a política fiscal mudada, para fazer pagar mais a quem mais tem: aos banqueiros, ao capital e aos que não pagam impostos. | - No al pago de una deuda ilegítima. Esa deuda no es nuestra - no debemos nada, no vemos nada, ¡no vamos a pagar nada! - Queremos ver la riqueza distribuida radicalmente y un cambio en la política fiscal, para hacer que pague más quien tiene más: los banqueros, el capital y los que no pagan impuestos. |
16 | Dispersão na mobilização online | Dispersión en movilización en línea |
17 | Somos muitos não temos medo! | ¡Somos muchos, no tenemos miedos! |
18 | Cartaz de Gui Castro Felga para o 15 de Outubro | Afiche de Gui Castro Felga para el 15 de octubre. |
19 | Ao contrário do que aconteceu na preparação da manifestação “Geração à Rasca“, a 12 de Março, em que mais de 70.000 pessoas confirmaram a sua presença através do evento criado no Facebook (e em que centenas de milhar efectivamente saíram às ruas), desta vez as intenções de participação contabilizadas para cada uma das cidades mobilizadoras - Angra do Heroísmo, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Lisboa, Porto e Santarém - apresentam números muito baixos. | A diferencia de lo que pasó en el camino a la marcha de la Geração à Rasca (la generación que vive con las justas) el 12 de marzo de 2011, donde más de 70,000 personas confirmaron su asistencia a través de Facebook (y cientos de miles tomaron las calles), los números de participantes antes del 15 de octubre para cada ciudad participante - Angra do Heroísmo, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Lisboa, Porto y Santarém - son muy bajos. |
20 | Só nas duas maiores cidades do país é que foi ultrapassado o milhar de confirmações de participação, contando (à data de publicação deste artigo) Lisboa com 6.306 e o Porto com 1.652. | Solamente se ha excedido del millar en Lisboa (6,594) y Porto (1,720) [al momento de publicar el artículo]. La principal página de Facebook creada para este propósito solamente ha reunido 1,437 me gusta. |
21 | A página genérica do Facebook criada para o efeito, ainda só reuniu 1.318 “likes”. Resta aguardar pela data para verificar se estes números representam um desinteresse pela mobilização ou se são resultado da dispersão de presenças online nas redes sociais. | Se debe esperar al 15 de octubre para verificar si estos números representan falta de interés en las movilizaciones o si son el resultado de una dispersión de presencia en línea en las redes sociales. |
22 | Enquanto isso, multiplicam-se também as convocatórias via Facebook para assembleias preparatórias e a criação colectiva de cartazes, faixas e outros meios de comunicação em diversas praças de todo o país. | Mientras tanto, se han multiplicado en Facebook las llamadas a asambleas preparatorias y creación colectiva de afiches, carteles y otros medios en diversos lugares en todo el país. |
23 | Um grupo de cidadãos na organização do 15 de Outubro, montou um vídeo intitulado “Não arranjes desculpas!”, que pretende ridicularizar as motivações de quem decide não sair para as ruas: | Un grupo de ciudadanos que participan en la organización del 15 de octubre ha realizado un video titulado ‘¡No inventen excusas!', con la finalidad de burlarse de las motivaciones de los que deciden no ir a las calles: |
24 | Na grande mídia, a organização da manifestação tem recebido pouca atenção. | Los medios convencionales no han estado dando mucha atención a la organización de la manifestación. |
25 | Notícias reportaram os receios do Governo sobre a possível “perturbação da paz social” decorrente das manifestações, receios esses repudiados pela organização num comunicado à imprensa. | Los canales de noticias [pt] han informado acerca del miedo del gobierno de que se ‘perturbe la paz social' como resultado de la manifestación. La organización ha negado esta posibilidad en un comunicado de prensa. |
26 | Renato Teixeira, do blog 5dias.net, resumiu as declarações do Governo como uma “estratégia de medo” para afastar os indignados das ruas. | Renato Teixeira del blog 5dias.net blog, definió [pt] las declaraciones del gobierno como una “estrategia de miedo” para alejar a los “indignados” de las calles. |
27 | Tomás Vasquez, do blog Hoje Há Conquilhas, comenta uma reportagem sobre a manifestação do 12 de Março que passou recentemente num dos principais canais de televisão portugueses: | Tomás Vasquez, del blog Hoje Há Conquilhas, comenta [pt] un informe sobre la manifestación del 12 de marzo, que se transmitió recientemente en uno de los principales canales de televisión portugueses: |
28 | a peça televisiva terminou assim: «A polícia teme que esta movimentação social possa provocar tumultos, os maiores desde 1975». | El reportaje en televisión terminó así: “la policía teme que esta movilización social pueda causar disturbios, los mayores de 1975″. |
29 | O mundo está a ficar perigoso, os senhores do dinheiro põem e dispõem; a Europa está de rastos e quem paga a factura dos desmandos financeiros são sempre os mesmos, mas quando cidadãos querem mostrar o seu desagrado e «mijam fora do penico» ficam todos em pânico. | El mundo se está volviendo peligroso, los amos del dinero usan y abusan; Europa se derrumba y los que pagan la cuenta del abuso financiero son siempre los mismos, pero cuando la gente quiere mostrar su descontento y “salir de la caja” todos se aterran. |
30 | Compreender os fenómenos sociais e políticos novos em vez de os atacar com caçadeira de canos cerrados é a melhor maneira de contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária que cada vez se afasta mais do nosso horizonte. | Entender el nuevo fenómeno social y político antes que atacarlo con disparos es la mejor manera de contribuir con una sociedad más justa e igualitaria, una que cada vez se aleja más de nuestro horizonte. |
31 | Para finalizar, o blogue Ladrões de Gado partilha a sua visão numa reflexão sobre a mobilização colectiva: | Para finalizar, el blog Ladrões de Gado comparte [pt] una reflexión sobre movilización colectiva: |
32 | Quero aprender com todas as experiências que levaram a luta pela emancipação do mundo a algum lado, por mais tenebrosa que tenha sido a derrota. | Quiero aprender de todas las experiencias que han encabezado la lucha por la emancipación del mundo en algún lugar, sin importar lo oscura que sea la derrota. |
33 | Quero saber das meias vitórias e não do número de pessoas na rua das 15h às 21h de um dia qualquer. | Quiero conocer las medias victorias y no la cantidad de personas en la calle de 3 a 9 pm algún día. |
34 | (…) É preciso que toda a gente se junte, sim, mas contra o que vivemos agora (e o que temos vivido até agora) e não só por si. | (…) Necesitamos que todos se reúnan, si, pero contra lo que estamos viviendo ahora (y por lo que ya hemos pasado) y no por uno mismo. |
35 | (…) A quantidade de vezes que leio e oiço ‹‹eu›› e ‹‹tu›› nestas convocações para o 15 de Outubro faz-me alguma coisa confusão. | (…) La cantidad de veces que leo y escucho “a mí” y “tú” en esos llamados para el 15 de octubre me confunde de alguna manera. |
36 | Não que cada um não seja uma pessoa diferente, (…) mas o que está aqui em causa não é eu e tu, somos nós e a forma como queremos viver uns com os outros. | No es que cada uno sea una persona diferente, (…) pero lo que está en juego acá no somos tú y yo, sino cómo vivimos unos con otros. |