Sentence alignment for gv-por-20140822-53835.xml (html) - gv-spa-20140727-247140.xml (html)

#porspa
1Cinco pensadores modernos africanos que tratam de identidade, língua e regionalismoCinco filósofos africanos modernos que hablan sobre identidad, lengua y regionalismo
2“Somos todos iguais perante a lei”, em tradução livre. Filosofia de rua em City Bowl, Cidade do Cabo, Cabo Ocidental, África do Sul, por Anne Fröhlich em Flickr - licença CC-NC-2.Filosofía callejera en City Bowl, Ciudad del Cabo, Cabo Occidental, África del Sur, de Anne Fröhlich a través de Flickr, mediante la licencia de Creative Commons-NC-2.
30 Esta matéria contém links que levam a outras páginas, inclusive em outros idiomas, caso você queira se aprofundar no assunto.
4A filosofia africana é geralmente negligenciada no estudo de Filosofia, sem que se saibam claramente as razões para isso.0 La filosofía africana se suele pasar por alto en el ámbito de la filosofía; las razones de ello no están claras.
5Alguns argumentam que o fato de ela estar estreitamente vinculada às suas tradições orais tornaria difícil compartilhar a sua extensa história com uma audiência mais ampla.Algunos sostienen que puede ser porque la filosofía africana está estrechamente vinculada con la tradición oral, lo cual dificultaría que la historia pudiese compartirse con una audiencia amplia.
6Outros argumentam que a sua natureza afrocêntrica a faria menos atraente para o resto do mundo.En cambio, otros argumentan que es su naturaleza afrocéntrica la que la hace menos aceptable para el resto del mundo.
7O filósofo nigeriano K.C. Anyanwu define a filosofia africana como “aquela que se interessa na maneira que o povo africano, do passado e do presente, entende o seu destino e o mundo no qual vive”.El filósofo K.C. Anyanwu, nacido nigeriano, define [en] la filosofía africana como “aquella que se preocupa por la forma en que los africanos del pasado y del presente dan sentido a su destino y al mundo en el que viven”.
8Apesar de em grande parte permanecer um mistério para os outros países, a filosofia africana é uma disciplina sólida, enriquecida por séculos de pesquisa, que datam desde a filosofia do Egito antigo, até o pensamento pós-colonial moderno.Aunque en su mayoría sigue siendo un misterio para otros países, la filosofía africana [en] es una disciplina sólida, enriquecida por siglos de investigación que recorre un camino desde la filosofía del Antiguo Egipto hasta el pensamiento moderno poscolonial.
9Ao longo de sua história, a filosofia africana contribuiu significantemente à filosofia grega, notadamente através do filósofo egípcio Plotino - figura fundamental na continuação da tradição da Academia filosófica de Platão, e à filosofia cristã, através do pensador argelino Agostinho de Hipona, que estabeleceu a noção do pecado original.A lo largo de su historia, la filosofía africana ha hecho importantes contribuciones a la filosofía griega, mayormente a través del filósofo egipcio Plotino, que fue fundamental para la continuación de la tradición griega de la academia filosófica de Platón, y a la filosofía cristiana a través del filósofo argelino Agustín de Hipona, que creó la idea del pecado original.
10Para entender melhor a atual evolução da filosofia africana contemporânea, aqui estão cinco pensadores do continente que devem ser observados:Para entender mejor la evolución de la corriente filosófica africana contemporánea, se nombra a continuación a cinco filósofos que deberían seguir de ese continente:
111. Séverine Kodjo-Grandvaux (Costa do Marfim)1. Séverine Kodjo-Grandvaux (Costa de Marfil)
12Natural da Costa do Marfim, Séverine Kodjo-Grandvaux escreve para a revista “Jeune Afrique” (“África Jovem” em tradução livre do francês) e é a autora da obra “Philosophies Africaines” (“Filosofias africanas”, em tradução livre do francês), na qual ela analisa a atual elite de filósofos africanos.Séverine Kodjo-Grandvaux es una escritora marfileña de la revista Jeune Afrique y autora de “Philosophies africaines” (Filosofía Africana), en que analiza la corriente elitista de los filósofos africanos. Kodjo-Grandvaux escribe que la filosofía africana moderna suele clasificarse en cuatro grupos principales [en]: etnofilosofía, sagacidad filosófica, filosofía nacionalista-ideológica y filosofía profesional.
13Ela estabelece que a filosofia africana moderna é geralmente classificada em quatro grupos principais: etnofilosofia, sagacidade filosófica, filossofia ideológica-nacionalista e filosofia profissional.Sin embargo, Kodjo-Grandvaux cree que la tendencia que define la filosofía africana moderna puede resumirse en cómo ha evolucionado desde su influencia colonial.
14No entanto, Kodjo-Grandvaux acredita que a definição da tendência da filosofia moderna africana pode ser resumida em como ela evoluiu de sua influência colononial.
15Num debate sobre o livro, o seu colega na revista “Jeune Afrique”, Nicolas Michel, faz um sumário da origem e evolução da filosofia africana contemporânea e as teorias de Kodjo-Grandvaux:En un debate sobre el libro, su colega en Jeune Afrique, Nicolas Michel, presenta un resumen del origen y la evolución de la filosofía africana contemporánea [fr] y de las teorías de Kodjo-Grandvaux:
16Como uma arqueóloga das ideias, Séverine Kodjo-Grandvaux explora as camadas de uma epistomologia que, ao longo do último século, foi construída essencialmente em reação ao Ocidente.En su papel de arqueóloga de ideas, Séverine Kodjo-Grandvaux explora los estratos de una disciplina que se diseñó principalmente como respuesta a Occidente durante el último siglo.
17Num primeiro momento, sob o jugo da influência imperealista colonial, posteriormente, em reação contra esse domínio. Na medida que os movimentos de independência se espalhavam pelo continente (nos anos 50), a filosofia de busca do retorno à “identidade africana” e de afastamento do molde ocidental tornou-se mais forte.Durante el periodo colonial, esta filosofía actuó bajo el control dominante de sus colonizadores imperialistas, y luego evolucionó como reacción contra la influencia de los colonizadores […] Del mismo modo que el movimiento de Independencia se propagó por el continente en los años 50, la filosofía intentó recuperar “la identidad africana” y se alejó del molde occidental que crecía con más fuerza.
18Kodjo-Grandvaux argumenta que tal ideologia de “retorno às origens” é uma proposta arriscada.Kodjo-Grandvaux argumenta que semejante ideología de “regreso a los orígenes” es una proposición arriesgada.
19Ela escreve: “À medida que a filosofia se encaixa na busca de um padrão ‘regionalista' - isto é, continental, nacional ou étnico - ela deve evitar várias armadilhas, entre elas, a do pensamento homogêneo e do isolamento excessivo”.Kodjo-Grandvaux escribe: “Mientras la filosofía intenta integrarse en un patrón “regional”, [es decir, continental, nacional o étnico], así mismo debe evitar muchos obstáculos, entre ellos los de pensamiento homogéneo y de aislamiento excesivo”.
20A contribuição da filosofia ocidental e de outras correntes de pensamento não devem ser rejeitadas.La contribución de la filosofía occidental, además de otras corrientes de pensamiento, no debería descartarse.
21Kodjo-Grandvaux destaca o debate sobre etnofilosofia, com o qual filósofos africanos vêm lidando por muito tempo: a ideia de que uma cultura ou região em particular possui uma filosofia específica, fundamentalmente diferente de outras tendências filosóficas, é em si controversa.Kodjo-Grandvaux descarta un debate sobre etnofilosofía con el que los filósofos africanos han estado lidiando durante un largo periodo de tiempo: la idea de que una cultura o región particular tenga una filosofía específica que sea diferente en esencia de las demás tendencias filosóficas es controvertida por sí misma.
22No entanto, muitos filósofos africanos modernos argumentam que o trabalho deles é uma reflexão crítica sobre lideranças africanas e de seus impactos nas vidas diárias de seus compatriotas.Sin embargo, muchos filósofos africanos modernos opinan que su trabajo es una reflexión crítica sobre el liderato africano y sobre cómo impacta a sus compatriotas en su vida diaria.
23Consequentemente, é fundamental que a filosofia africana se desenvolva no contexto do continente africano e que se comunique com uma audiência africana.Como resultado, es primordial que la filosofía africana se desarrolle en el contexto del continente africano y se comunique a una audiencia africana.
242. Souleymane Bachir Diagne (Senegal)2. Souleymane Bachir Diagne (Senegal)
25Souleymane Bachir Diagne, filósofo senegalês e pioneiro na nova cena filosófica africana - Domínio PúblicoSouleymane Bachir Diagne, filósofo senegalés pionero de la nueva ciencia filosófica africana - Imagen de dominio público
26Souleymane Bachir Diagne, filósofo senegalês e professor da Universidade de Columbia, acredita que os flósofos africanos precisam tornar o trabalho deles mais acessível aos seus compatriotas.Souleymane Bachir Diagne [en], filósofo senegalés y profesor en la Universidad de Columbia, opina que los filósofos africanos deben hacer su trabajo más accesible a sus compatriotas.
27Ele declara:En su opinión [fr]:
28Nós devemos produzir os nossos próprios textos em línguas africanas.Necesitamos generar nuestros propios textos en lenguas africanas.
29Um dos meus antigos alunos americanos está trabalhando no sentido de produzir uma antologia de textos escritos por filósofos africanos, os quais foram incumbidos de escrever artigos em suas próprias línguas.Uno de mis antiguos estudiantes en América está trabajando para preparar una antología de textos escritos por filósofos africanos a los que se les pidiera que escribieran artículos en su propia lengua.
30Posteriormente, os falantes nativos dessas línguas farão a tradução para o inglês.Y más adelante, los hablantes nativos los traducirán al inglés.
31“Eu sou porque nós somos”, em tradução livre. Filosofia africana Ubuntu, por Pencils for Africa - Domínio PúblicoFilosofía africana Ubuntu a través del programa Pencils de África - Imagen de dominio público
323. Léonce Ndikumana (Burúndi)3. Léonce Ndikumana (Burundi)
33Além da importância de se comunicar melhor com seus seguidores africanos, atualmente surgem com destaque outras tendências de pensamento dos filósofos africanos.Además de la importancia de dirigirse mejor a sus seguidores africanos, hay otras ideas que van tomando fuerza hoy en día entre los filósofos africanos.
34Léonce Ndikumana cresceu em Burúndi e hoje é professor de Economia da Universidade de Massachusetts em Amherst.Léonce Ndikumana [en] creció en Burundi y ahora es profesor de economía en la Universidad de Massachusetts en Amherst.
35Em seu livro “Africa's Odious Debt: How Foreign Loans and Capital Flight Bled a Continent” (Dívida odiosa da África: Como os empréstimos externos e a fuga de capital sangraram um continente), Ndikumana se dedica a combater muitas narrativas sobre a África que são lugar comum e tidas como fato no mundo todo, como, por exemplo, a crença de que a ajuda externa subsidia o continente.En su libro “Africa's Odious Debt: How Foreign Loans and Capital Flight Bled a Continent” [en], Ndikumana se esfuerza por combatir muchas de las ideologías comunes sobre África que se están presentando como realidades en todo el mundo, como la idea de que la ayuda internacional subvencione el continente africano.
36Na realidade, a fuga de capital do continente africano (US$ 1,44 trilhão desaparecem de países africanos sem deixar rastros e acabam aparendo em paraísos fiscais ou em outros países ricos) excedem em muito o capital da ajuda externa (US$ 50 bilhões para a África).Es más, la huida de capitales del continente africano (1.440 mil millones de dólares desaparecen sin dejar rastro de países africanos, terminando en paraísos fiscales o en países ricos) excede sobremanera la ayuda internacional (50 mil millones para África).
37Ndikumana também é um dos principais líderes de opinião na África que rejeitam as diretrizes das agências internacionais que frequentemente vão de encontro à vontade dos cidadãos africanos.Ndikumana también es una de las personas clave en África por oponerse a las directrices de las agencias internacionales que a menudo van en contra de la voluntad de los ciudadanos africanos.
384. Kwasi Wiredu (Gana)4. Kwasi Wiredu (Ghana)
39O combate às falsas narrativas é uma tendência crescente entre os intelectuais africanos.Apoyar falsas ideologías es una tendencia creciente entre los intelectuales africanos.
40Entre aqueles que tentam fazer justamente isso, encontra-se o filósofo ganense Kwaisi Wiredu.Kwasi Wiredu, un filósofo ghanés, es uno de los que intentan hacer justamente eso.
41Ele argumenta que o sistema político multipartidário, frequentemente visto como o fundamento para a democracia, nem sempre conduz à unidade e à estabilidade.Wiredu argumenta que un sistema político multipartido, en ocasiones considerado como la base de la democracia, no siempre es propicio a la unidad y la estabilidad.
42Em vez disso, a democracia de consenso é muito mais adequada ao contexto africano:En cambio, una democracia de consenso es más adecuada [en] para el contexto africano:
43Posto que a democracia é governo por consentimento, a questão é saber se um sistema menos conflitante do que o de partidos, o qual é vinculado ao sistema majoratório de tomada de decisão, não poderia ser concebido.Puesto que la democracia es un gobierno por consenso, la cuestión es si podría concebirse un sistema menos acusatorio que el sistema de partidos, que está vinculado a una toma mayoritaria de decisiones.
44É um fato importante o de que seres humanos razoáveis podem chegar a um acordo sobre o que deve ser feito pela virtude do compromisso, sem concordar em questões de moral e verdade.Es un hecho importante que seres humanos razonables puedan alcanzar un acuerdo sobre qué debe hacerse en virtud del compromiso sin coincidir en temas de verdad o moralidad.
455. Kwame Anthony Appiah (Gana)5. Kwame Anthony Appiah (Ghana)
46Entretanto, Kwame Anthony Appiah, um outro filósofo ganense que atualmente ensina na Universidade de Nova Iorque, opõe-se à tendência de afrocentrismo dos filósofos do continente. Ele acredita que o afrocentrismo é um conceito ultrapassado.En cambio, otro filósofo ghanés, Kwame Anthony Appiah, que en la actualidad da clases en la Universidad de Nueva York, se opone a la tendencia de afrocentrismo de los filósofos africanos argumentando que el afrocentrismo es un concepto obsoleto.
47Ele defende que deve-se encorajar mais o diálogo entre culturas e menos “regionalismo”:Appiah cree que uno debería fomentar más la conversación entre culturas [en] y menos el “regionalismo”:
48[Diógenes, filósofo da antiguidade grega] rejeitava a visão convencional de que toda a pessoa civilizada pertencia a uma comunidade entre outras comunidades[…] Uma comunidade global de cosmopolitas desejará aprender sobre outros estilos de vida no rádio e em programas de TV, por meio da Antropologia e História, por romances e filmes, por noticiários e jornais e na internet.[El antiguo filósofo griego Diógenes] rechazó la opinión convencional de que cada persona civilizada perteneciera a una comunidad entre comunidades […] Una comunidad global de cosmopolitanos querrá aprender sobre otros estilos de vida a través de la radio y los programas de televisión, a través de la antropología y la historia, a través de las novelas y las películas, a través de las noticias y los periódicos, y también a través de Internet.