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1Media portugueses querem Códigos de Conduta para jornalistas nas redes sociaisPortugal: Medios quieren códigos de conducta para periodistas en redes sociales
2Cego pelo jornalismo.Ciego por el periodismo.
3Photo: Ahmad Hammoud/Flickr CC BY 2.0Foto: Ahmad Hammoud/Flickr CC BY 2.0
4Alguns meios de comunicação social portugueses estão a discutir as primeiras regras de conduta no sentido de “regular a actividade dos seus jornalistas nas redes sociais”. Publicou o semanário Expresso que também se insere nesse grupo de empresas.Algunos medios de comunicación social portugueses discuten las primeras reglas de conducta en el sentido de “regular la actividad de sus periodistas en las redes sociales”, según publicó el semanario Expresso, que también forma parte de ese grupo de empresas.
5A notícia adianta que a SIC, a TVI, o Diário de Noticias e o Expresso têm já em marcha novos códigos de conduta que se prevê serem implementados em breve.La noticia adelanta que las cadenas televisivas SIC y TVI, el Diário de Noticias y Expresso ya tienen en marcha nuevos códigos de conducta que, está previsto, se implementarán en breve.
6A estação de televisão pública, a RTP, “promete debater o assunto primeiro”.La televisión pública RTP “promete debatir el asunto primero”.
7A medida está a levantar polémica entre os jornalistas portugueses.La medida está creando polémica entre los periodistas portugueses.
8Confusão entre o que se pode considerar âmbito pessoal e âmbito profissional “aceleram o debate sobre a ética jornalística”, diz o Expresso.La confusión entre lo que se puede considerar ámbito personal y el profesional “acelera el debate sobre la ética periodística”, dice Expresso.
9O Global Voices foi tentar saber o que pensam alguns especialistas acerca da criação de um Código de Conduta para Jornalistas nas redes sociais:Global Voices trató de saber lo que piensan algunos especialistas acerca de la creación de un código de conducta para periodistas en las redes sociales:
10A professora Suzana Cavaco, especialista em Ética e Deontologia Profissional, considera que a sociedade civil deve reflectir em conjunto com os meios de comunicação sobre o que deve ser considerado eticamente correcto.La profesora Suzana Cavaco, especialista en Ética y Deontología Profesional, considera que la sociedad civil debe reflexionar junto a los medios de comunicación sobre lo que debe considerarse éticamente correcto.
11A docente do curso de Ciências da Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto enumera três princípios que, no seu entender, “devem orientar toda a reflexão acerca de códigos de conduta para jornalistas nas redes sociais”:La docente de Ciencias de la Comunicación de la Facultad de Letras de la Universidad de Oporto enumera tres principios que, a su juicio, “deben orientar toda la reflexión acerca de códigos de conducta para periodistas en redes sociales”:
12O primeiro pressuposto é que o jornalista, por ser jornalista, não pode perder o direito inalienável à liberdade de opinião e de expressão que, de acordo com o artigo 19º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões.El primer supuesto es que el periodista, por ser periodista, no puede perder el derecho inalienable a la libertad de opinión y de expresión que, de acuerdo con el artículo 19 de la Declaración Universal de los Derechos Humanos, implica el derecho de no ser molestado por sus opiniones.
13Segundo: O jornalista, no exercício da sua profissão, não deve alienar a sua consciência ao órgão de comunicação para o qual trabalha, devendo assumir a responsabilidade por tudo aquilo que escreve/diz (conforme Código da UNESCO, de 1983).Segundo: el periodista, en el ejercicio de su profesión, no debe alienar sus conciencia al órgano de comunicación para el que trabaja, y debe asumir la responsabilidad por todo lo que escribe o dice (conforme al Código de la UNESCO, de 1983).
14Terceiro: Os códigos deontológicos devem ser elaborados em sede de auto-regulação mas abertos à reflexão cívica.Tercero: los códigos deontológicos deben ser elaborados como autorregulación pero abiertos a la reflexión cívica.
15Tiago Dias, jornalista e membro da nova direcção do Sindicato dos Jornalistas em Portugal, explica a posição do Sindicato :Tiago Dias, periodista y miembro de la nueva dirección del Sindicato de los Periodistas en Portugal, explica la posición del Sindicato:
16O Sindicato dos Jornalistas acredita que há uma discussão a fazer sobre o assunto em Portugal, mas rejeita à partida quaisquer concepções que apontem na direcção de normas ou regras de comportamento que limitem a liberdade de expressão - nas redes sociais ou fora delas.El Sindicato de Periodistas cree que hay una discusión pendiente sobre el asunto en Portugal, pero rechaza en principio cualesquiera concepciones que apunten en la dirección de normas o reglas de comportamiento que limiten la libertad de expresión, en las redes sociales o fuera de ellas.
17Tal não acontece na vida real e tal não deve suceder nas redes sociais.Eso no sucede en la vida real y no debe suceder en las redes sociales.
18Os códigos de conduta são já utilizados em países como os Estados Unidos da América e a França.Los códigos de conducta ya son utilizados en países como Estados Unidos de América y Francia.
19A agência de noticias francesa, AFP, terá implementado um código de conduta para as redes sociais em 2011:La agencia de noticias francesa AFP implementó un código de conducta para redes sociales en 2011:
20A agência de notícias francesa AFP terá código de conduta para seus jornalistas em redes sociais: http://t.co/JrwypR9xLa agencia de noticias francesa AFP tendrá código de conducta para sus periodistas en redes sociales
21- mediaon (@mediaon) November 17, 2011 O actual Código Deontológico do Jornalista continua a servir o actual jornalismo, o jornalismo das redes sociais?¿El actual Código Deontológico del Periodista sigue sirviendo al periodismo actual, el periodismo de redes sociales?
22Cátia Mateus, jornalista e estudante de doutoramento da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, efectuou uma pesquisa sobre este tema, na qual inquiriu 300 jornalistas portugueses no activo em 76 órgãos de comunicação nacionais, e cujos resultados podem ser consultados no Observatório Europeu de Jornalismo, EJO (sigla em Inglês).Cátia Mateus, periodista y estudiante de doctorado de la Facultad de Ciencias Sociales y Humanas de la Universidad Nueva de Lisboa, efectuó una encuesta sobre este tema, en la cual respondieron 300 periodistas portugueses activos en 76 medios de comunicación y cuyos resultados pueden consultarse en el Observatorio Europeo de Periodismo (EJO, por sus siglas en inglés).
23Este estudo questiona se a tradicional ética deontológica do jornalista poderá servir o jornalismo actual, o jornalismo das redes sociais.Este estudio cuestiona si la tradicional ética deontológica del periodista podrá servir al periodismo actual, el periodismo de redes sociales.
24Uma percentagem significativa dos jornalistas inquiridos acredita que não e que os velhos valores do Código Deontológico dos Jornalistas deverá ser adaptado à nova realidade do jornalismo.Un porcentaje significativo de los periodistas encuestados cree que no y que los viejos valores del Código de los Periodistas deberán ser adaptados a la nueva realidad del periodismo.
25Jornalismo nas redes sociais.Periodismo en redes sociales.
26Photo: Flickr (CC BY-NC-SA 2.0)Foto: Flickr (CC BY-NC-SA 2.0)
27Por outro lado, Tiago Dias afirma que “sim” e acrescenta que:Por otro lado, Tiago Dias afirma que “sí” y añade:
28O Código Deontológico é intemporal e a sua (re)leitura permite essa constatação logo no primeiro momento: “O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade.El Código Deontológico es atemporal y su (re)lectura permite constatarlo justo en el primer momento: “El periodista debe relatar los hechos con rigor y exactitud e interpretarlos con honestidad.
29Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso.Los hechos deben ser comprobados, oyendo a las partes con intereses dignos de ser atendidos en el caso.
30A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.La distinción entre noticia y opinión debe quedar bien clara a los ojos del público.
31Ainda assim, pode eventualmente ser atualizado para refletir de forma clara a realidade das redes sociais.Aun así, a la larga puede actualizarse para reflejar de forma clara la realidad de las redes sociales.
32A professora Suzana Cavaco considera que:La profesora Suzana Cavaco considera que:
33Os códigos deontológicos não são documentos sagrados, pelo que as suas regras devem ser compreendidas e questionadas, quer pelos profissionais quer pelos cidadãos em geral (…) Na realidade, as incertezas fazem parte da Ética.Los códigos deontológicos no son documentos sagrados, por lo que sus reglas deben ser comprendidas y cuestionadas, sea por los profesionales o por los ciudadanos en general (…) En realidad, las incertidumbres forman parte de la Ética.
34A questão colocada - a extensão dos deveres deontológicos (moral aplicada ao exercício de uma profissão) à vida pessoal do jornalista - é também rica em complexidade e incerteza.La cuestión -la extensión de los deberes deontológicos (moral aplicada al ejercício de una profesión) a la vida personal del periodista- también es rica en complejidad e incertidumbre.
35Apesar de actual, a questão não é nova.Aunque actual, la cuestión no es nueva.
36Flickr (CC BY-NC-ND 2.0)Flickr (CC BY-NC-ND 2.0)
37No contexto das redes sociais, e do que ali se publica pelos jornalistas, o que se pode considerar eticamente correcto?En el contexto de las redes sociales, y de lo que allí publican los periodistas, ¿qué se puede considerar éticamente correcto?
38É possível identificar onde está a barreira entre o que é moralmente correcto e incorrecto?¿Es posible identificar dónde está la barrera entre lo moralmente correcto e incorrecto?
39O jornalista e dirigente do Sindicato dos Jornalistas, Tiago Dias, diz que “a barreira está no mesmo local da profissão” e alerta que:El periodista y dirigente del Sindicato de Periodistas, Tiago Dias, dice que “la barrera está en el mismo lugar de la profesión” y alerta:
40Os jornalistas têm de ter noção de que não deixam de ser jornalistas quando utilizam esse espaço.Los periodistas deben tener noción de que no dejan de ser periodistas cuando utilizan ese espacio.
41Apesar de terem, claro, o direito de serem “meros cidadãos”, os jornalistas têm uma responsabilidade social e ética acrescida pela profissão que desempenham.A pesar de tener, desde luego, el derecho de ser “meros ciudadanos”, los periodistas tienen una responsabilidad social y ética aumentada por la profesión que desempeñan.
42Dias conclui que “o equilíbrio entre estas duas faces exige bom senso”.Dias concluye que “el equilibrio entre estas dos facetas exige sentido común”.
43A professora de Ética e Deontologia Profissional do curso de Jornalismo da Universidade do Porto dá o exemplo seguido no “Livro de Estilo” do jornal “Público”:La profesora de Ética y Deontología Profesional de la carrera de periodismo de la Universidad de Oporto brinda el ejemplo del “libro de estilo” del periódico Público:
44O eventual conflito entre deveres profissionais e direitos individuais mereceu a atenção, por exemplo, do jornal Público, cujo Livro de Estilo, publicado em 2005, constitui uma obra de referência dos cursos de Ciências da Comunicação em Portugal.El eventual conflicto entre deberes profesionales y derechos individuales mereció la atención, por ejemplo, del diario Público, cuyo libro de estilo, publicado en 2005, constituye una obra de referencia de las carreras de Ciencias de la Comunicación en Portugal.
45O documento “Princípios e Normas de Conduta Profissional” (inserido nesse Livro de Estilo) estabelece no artigo 56º que o jornalista deste órgão de comunicação “deve abster-se de tomadas de posição no espaço público não jornalístico de carácter político, comercial, religioso, militar, clubístico ou outras que, de algum modo, comprometam a sua imagem de independência, ou de assinar petições ou de abaixo-assinados em qualquer desses sentidos (…)El documento “Principios y normas de conducta profesional” (inserto en ese libro de estilo) establece en el artículo 56 que el periodista de este medio de comunicación “debe abstenerse de tomar posición en el espacio público no periodístico de carácter político, comercial, religioso, militar, deportivo u otras que, de alguna manera, comprometan su imagen de independencia, o de firmar peticiones o manifiestos en cualquiera de tales sentidos (…)”
46O artigo do semanário Expresso refere os casos de três jornalistas (Paulo Dentinho, Rui Araújo e José Gabriel Quaresma) que, ao tecerem comentários nas suas redes sociais, levantaram polémica entre a opinião pública.El artículo del semanario Expresso menciona los casos de tres periodistas (Paulo Dentinho, Rui Araújo y José Gabriel Quaresma) que, al expresar comentarios en sus redes sociales, levantaron polémica entre la opinión pública.
47Um adepto do Sporting publica no seu twitter o comentário feito pelo jornalista José Gabriel Quaresma na página do Facebook de um amigo.Un seguidor del Sporting publica en su Twitter el comentario hecho por el periodista José Gabriel Quaresma en la página de Facebook de un amigo.
48O comentário foi entretanto eliminado pelo jornalista que fez um pedido de desculpa, garantindo se tratar de uma piada.El comentario fue entre tanto eliminado por el periodista, quien pidió disculpas, asegurando que se trataba de una broma.
49José Gabriel Quaresma, jornalista da TVI, responde assim a um comentário (…) da classe operária… pic.twitter.com/eNKGkxZ3GY - Nuno D (@HejaSporting) February 19, 2015José Gabriel Quaresma, periodista de TVI, responde así a un comentario de un farolón de la clase obrera…
50Muitos jornalistas pensam que este código de conduta poderá “coibir a liberdade de expressão”.Muchos periodistas piensan que este código de conducta podrá “cohibir la libertad de expresión”.
51O jornalista do Diário de Noticias, Jorge Freitas de Sousa, apelida os autores da intenção de criar códigos de conduta de “Policias do Facebook” num artigo de opinião publicado no DN, um dos jornais que pretende introduzir estas medidas.El periodista Jorge Freitas de Sousa, del Diário de Noticias, tacha a los autores de la propuesta de crear códigos de conducta de “policías de Facebook” en un artículo de opinión publicado en ese rotativo, uno de los periódicos que pretende introducir estas medidas.
52Devem estes profissionais estar preocupados?¿Deben estos profesionales estar preocupados?
53Tiago Dias remata que:Tiago Dias remata:
54Depende do que se trata.Depende de lo que se trata.
55Se se fala de regras e normas, então é com profunda preocupação que as vemos.Si se habla de reglas y normas, entonces es con profunda preocupación que las vemos.
56Se falamos de linhas orientadoras resultantes de processos de diálogo com os Conselhos de Redacção, Comissões de Trabalhadores, com o próprio Sindicato e com os profissionais em geral, não vemos motivo para tal.Si hablamos de líneas orientadoras resultado de procesos de diálogo con los consejos de redacción, comisiones de trabajadores, con el propio sindicato y con los profesionales en general, no vemos motivo para eso.
57Suzana Cavaco concluí que:Suzana Cavaco concluye:
58A deontologia dos jornalistas - volto a repetir: enquanto obra dos seus profissionais - constitui um compromisso coletivo que não anula a existência de uma ética individual.La deontología de los periodistas -repito, en tanto obra de sus profesionales- constituye un compromiso colectivo que no anula la existencia de una ética individual.
59Porém, se a deontologia se torna incompatível com a auto-ética, cabe à pessoa ter a honestidade intelectual de não exercer esta profissão.Sin embargo, si la deontología se vuelve incompatible con la autoética, le corresponde a la persona tener la honestidad intelectual de no ejercer esta profesión.
60Para bem dela, da classe profissional e da sociedade em geral.Por el bien de ella, de la clase profesional y de la sociedad en general.