# | eng | por |
---|
1 | Language death: evolution, natural selection or cultural genocide? | Morte de uma Língua: Evolução, Seleção Natural ou Genocídio Cultural? |
2 | We humans live in a world of just 194 countries, give or take, but speak between 7,000 and 8,000 languages. | Nós humanos vivemos em um mundo de apenas 194 países, ou algo próximo disso, mas falamos entre 7000 a 8000 línguas. |
3 | That linguistic diversity is fast disappearing. | Essa diversidade linguística está desaparecendo rapidamente. |
4 | By one estimate, a language dies every two weeks. | Segundo uma estimativa, uma língua morre a cada duas semanas. |
5 | Hundreds of years ago, a handful of European countries colonized whole continents and organized once independent or loosely related peoples into nation-states, under a common colonial language. | Há centenas de anos atrás, um bando de países europeus colonizou continentes inteiros e organizou povos antes independentes ou fracamente relacionados entre si em nações-estados, sob uma língua colonial comum. |
6 | More recent empires followed suit. | Impérios mais recentes seguiram o exemplo. |
7 | And now the globalization of media and technology are hastening the trend toward linguistic homogeneity. | E agora a globalização da mídia e tecnologia está apressando a tendência em direção à homogeneidade linguística. |
8 | But is this really cause for alarm? | Mas isso é realmente causa de alarme? |
9 | Kans, a French-Cameroonian who blogs at Le Blog du Presi, wrote a post responding to a Rue 89 article on the subject, “A language is extinguished every fifteen days” (Fr). | Kans, um franco-camoronês que bloga no Le Blog du Presi[Fr], escreveu um post respondendo[Fr] a um artigo do Rue 89 sobre o assunto, “Uma língua é extinta a cada quinze dias” (Fr). |
10 | According to Collette Grinevald, a linguist at the University of Lyon II quoted in the Rue 89 article, 90% of local languages will disappear by the end of the 21st century. | De acordo com Collette Grinevald, uma linguista da Universidade de Lion II citada no artigo da Rue 89, 90% das línguas locais desparecerão até o final do século XXI. |
11 | Despite the thousands of languages that exist today, 80% of the planet communicates in just 83 languages. | Apesar das milhares de línguas que existem hoje, 80% do planeta se comunica em apenas 83 línguas. |
12 | Around the world, indigenous languages are giving way to colonial ones. | Ao redor do mundo, línguas indígenas estão abrindo caminho para as coloniais. |
13 | Comments by French and francophone Rue 89 readers (mostly anonymous) run the gamut, with some arguing that the death of languages is inevitable, and in some ways necessary, in ethnically diverse societies; others that it amounts to nothing less than cultural genocide. | Comentários dos leitores frances e francófonos daRue 89 (a maioria anônimos) aumentam a discussão, com alguns argumentando que a morte das línguas é inevitável, e de certo modo necessária, em sociedades etnicamente diversas; outros já argumentam que isso significa nada menos do que genocídio cultural. |
14 | Language has long been a contested issue in France, where the onslaught of anglicisms and the rise of English as the preeminent international language have caused concern in some quarters. | Linguagem vem sendo háalgum tempo um assunto contestado na França, onde a investida violenta contra o anglicismo e a subida da língua Inglesa ao posto de língua internacional tem causado preocupação em algumas regiões. |
15 | Official policies helped facilitate the death of several regional languages in favor of a common, national one. | Políticas oficiais ajudaram a facilitar a morte de várias línguas regionais em favor de uma comum e nacional. |
16 | In the francophone world, that process is just unfolding. | No mundo francófono esse processo está apenas se desdobrando. |
17 | Language death: evolution, natural selection or ethnic cleansing? | Morte de Línguas: evolução, seleção natural ou limpeza étnica? |
18 | “It was better before…” forever and always…I'm tired of it. | ““C'etait mieux avant…” encore et toujours… c'est fatiguant. |
19 | | J'aime qu'on me parle de l'evolution des choses, pas seulement d'empecher la destruction de ce qui existait… On ne construit plus d'edifices Romans ou Gothiques… Mais on en a garder avec le temps de tres beaux. |
20 | | Le temps a le merite de faire le trie, c'est vrai dans l'art, la culture et la nature…” ““Era melhor antes…” eternamente e para sempre… Estou cansado disso. |
21 | I'd rather you speak to me about how things evolve, rather than only trying to stop the destruction of what once existed…We no longer build Roman or Gothic buildings…But we have preserved them over time to beautiful effect. | Eu preferiria que você falasse comigo sobre como as coisas evoluem, ao invés de apenas tentar parar a destruição de algo que uma vez existiu… Não mais construímos edifícios Romanos ou Góticos… Mas os preservamos todo esse tempo por efeitos de beleza. O Tempo tem um jeito de resolver as coisas, isso é verdade na arte, na cultura e na natureza…” |
22 | Time has a way of sorting things out, that's true in art, in culture, and in nature… | Leitor da Rue 89, Alzaz: “Peu importe qu'une langue devienne moribonde et disparaisse. C'est de la sélection naturelle, appliquée à la culture. |
23 | Rue 89 reader, Alzaz: | La plus forte l'emporte.” |
24 | It matters little when a language becomes moribund and disappears. | “Pouco importa que uma língua se torne moribunda e desapareça. |
25 | It's natural selection, applied to culture. | É seleção natural, aplicada a cultura. O mais forte vence.” |
26 | The strongest wins. | Leitor da Rue 89, photosieste: |
27 | Rue 89 reader, photosieste: | “L'ethnocide est la destruction d'une culture. |
28 | You can compare it to a living being who is born, lives, and dies. | C'est comparable à un être vivant qui naît, vit, meurt. S'il meurt de mort naturel après avoir eu une belle vie, très bien. |
29 | | Mais si on l'assassine, ou que l'on ne porte pas assistance à personne en danger, c'est autre chose… |
30 | If he dies a natural death after a long and beautiful life, very well. | C'est pareil pour les langues menacées d'extinction…” “Genocídio Etnico é a destruição de uma cultura. |
31 | But if we kill him, or we don't help him when he is in danger, that's something else… | Você pode comparar com um ser vivo que nasce, vive e morre. Se ele morre de morte natural depois de uma vida longa e bonita, tudo bem. |
32 | | Mas se o matamos, ou não o ajudamos quando ele está em perigo, então é outra coisa… |
33 | It's the same with languages in danger of extinction. | É a mesma coisa com línguas em perigo de extinção.” |
34 | Another reader: | Outro leitor: |
35 | What matters is not the death of a language in itself, but what that death can bring. | “La mort d'une langue est grave non pas pour ce qu'elle est mais surtout pour ce qu'elle pouvait apporter. |
36 | When a language disappears, a whole way of thinking, a vision of the world disappears with it, which can only impoverish human culture and the capacity of people to understand the world around them. | Une langue qui disparait emporte avec elle un schème de pensé, une vision du monde qui n'augmente que l'apauvrissement de la culture humaine et de la capacité des hommes à comprendre le monde sui l'entour.” |
37 | This is nothing more than a problem of linguistic entropy. | “O que importa não é a morte da língua em si, mas o que essa morte pode trazer. |
38 | | Quando uma língua desaparece, todo um modo de pensar, uma visão do mundo desaparece com ela, o que apenas irá empobrecer a cultura humana e a capacidade do povo de entender o mundo ao redor.” |
39 | We aren't going to commit suicide when we think of everything that has disappeared in the last 50,000 years to make room for other things. | “Ce n'est qu'un problême d'entropie linguistique. On ne va quand même pas se suicider quand on pense à tout ce qui a disparu depuis 50000 ans en laissant la place à d'autres choses. |
40 | You think as a conservationist, accumulator, in short, as a capitalist. | Vous pensez en conservateur, en accumulateur, bref en capitaliste. |
41 | Think in a time scale of civilizations, not a single human life. | Pensez en horloge civilisationnelle, pas à l'échelle d'une vie humaine. |
42 | In 500 years, everything will have evolved, so what? | Dans 500 ans tout aura encore évolué, et alors ? |
43 | To the benefit of what that age wants, so what? | Au profit de ce que l'époque voudra, et alors ? |
44 | Maybe there won't be cats left on Earth, so what? | Il n'y aura peut-être plus un chat sur Terre, et alors ?” |
45 | Rue 89 reader, jean jacques louis: | “Isso não é nada mais que um problema de entropia linguística. |
46 | “…in biology, diversity enriches”: yes, but biology has known only one language, over 3 billion years old, and that's the ADN code, a language with an alphabet of four letters and three-letter words | Não vamos nos suicidar quando pensamos em tudo que já desapareceu nos últimos 50.000 anos para dar lugar a outras coisas. Você pensa como um conservador, um acumulador, em resumo, como um capitalista. |
47 | Of course as old languages die, new ones are created: | Pense em uma escala de tempo de civilizações, não de uma única vida humana. |
48 | …How many new languages appear, for each one that disappears? | Em 500 anos, tudo terá evoluído, e daí? Para o benefício daquilo que aquela era quer, e daí? |
49 | It would be interesting to do an inventory of the new languages that have appeared in recent decades, that have only just developed after centuries of formation. | Talvez não haverá mais gatos no mundo, e daí?” Leitor da Rue 89, jean jacques louis: |
50 | The various creoles of the islands, that are based on English, Dutch or French, and their many variants, or the various evolutions of Darija, in North Africa…In Morocco, for example, Darija, a Moroccan Arab dialect, is the real universal language, based on Arab, French and Spanish, but which itself has many regional variants, notably because of the influence of Berber. | ““… en biologie, la diversité fait la richesse” : oui mais la biologie ne connaît qu'une seule langue vieille de trois milliards d'années et qui est le code ADN car c'est bien une langue avec un alphabet de quatre lettres et des mots de trois lettres. ” ““…na biologia, diversidade enriquece”: sim, mas a biologia conhece apenas uma língua, com mais de 3 bilhões de anos, e essa é o código DNA, uma língua com um alfabeto de quatro letras e palavras de três letras.” |
51 | Kans tells us that in Cameroon, a country with two hundred local languages, just two are official: English and French. | Claro que como velhas línguas morrem, novas são criadas: “…combien de nouvelles langues apparaissent, pour chaque langue qui disparaît ? |
52 | | Il serait intéressant de faire un inventaire des nouvelles langues apparues ces dernières décennies, qui forment à peine des siècles. |
53 | | Les créoles des diverses îles, qui se basent sur l'anglais, le hollandais ou le français, et leurs multiples variantes, ou les diverses évolutions de la Darija en Afrique du nord…Au Maroc par exemple, la Darija, arabe dialectal marocain, est la vraie langue universelle, qui se base sur l'arabe, le français et l'espagnol, mais compte elle-même de multiples variantes suivant les régions, notamment sous l'influence du berbère.” |
54 | But Pidgin English (for the anglophones) and “Camfranglais” (for the francophones) are the “two most widespread and known languages” and preferred by most urban youth to both the official languages and their maternal, local language. | “…Quantas novas línguas aparecem, para cada uma que desaparece? Seria interessante fazer um inventário das novas línguas que apareceram em décadas recentes, que tenha acabado de se desenvolverem depois de séculos de formação. |
55 | | Os vários creoles das ilhas, que são baseadas em Inglês, Holandês e Francês, e suas muitas variáveis, ou as várias evoluções do Darija, no Norte da África… No Marrocos, por exemplo, Darija, um dialeto árabe marroquino, é a verdadeira língua universal baseada no árabe, francês e espanhol, mas que possue muitas variantes regionais, notavelmente devido a influência do Berbére.” |
56 | He gives an example of camfranglais, a rich fusion of English, French and local languages: | Kans nos conta que em Camarões, um país com duzentas línguas locais, apenas duas são oficiais: Inglês e Francês. |
57 | | Mas Inglês Pidgin (para os anglófonos) e “Camfranglês” (para os francófonos) são as “duas línguas mais conhecidas e mais divulgadas” e são as preferidas pela maioria da juventude urbana acima das duas línguas oficias e das línguas maternas, locais. |
58 | Moi je vous tchat que si on ne lookot pas, meme le camfrang là on va loss all. | Ele dá um exemplo de camfranglês, uma rica fusão de Inglês, Francês e línguas locais: |
59 | Mais popo, je mimba que les langues du lage là, francho il faut laisser tomber le way. | “Moi je vous tchat que si on ne lookot pas, meme le camfrang là on va loss all. |
60 | Sauf si on veut go speak avec les anciens pour know un peu les divers du mboa, mais qui va meme do tous leurs divers là encore? | Mais popo, je mimba que les langues du lage là, francho il faut laisser tomber le way. Sauf si on veut go speak avec les anciens pour know un peu les divers du mboa, mais qui va meme do tous leurs divers là encore? |
61 | Déjà que le christiannisme les avait bien bolè, il reste meme quoi nooon?! akaa! | Déjà que le christiannisme les avait bien bolè, il reste meme quoi nooon?! akaa!” |
62 | Colonial languages a necessary evil? | Línguas coloniais, um mal necessário? |
63 | Many African countries are home to hundreds of different peoples and languages. | Muitos países africanos são os lares de muitos povos e línguas diferentes. |
64 | Designating a small number of official languages, at the expense of indigenous ones, according to Kans, is often a necessary, if unfortunate, measure: | Designando um pequeno número de línguas oficiais, às custas de várias línguas indígenas, de acordo com Kans, é muitas vezes uma necessária, se infeliz, medida: “Mise en cause, la non-officialisation de ces langues. |
65 | The cause [of languages dying out]? | Et donc, anglais, francais, espagnol, portugais, etc. à la barre! |
66 | | Mais comment pouvait-il en être autrement dans des contextes sociaux tels que l'on se retrouve avec autant de langues que d'individus? |
67 | | Il s'impose la necessité de faire un choix, pas toujours heureux pour les langues non-choisies condamnées de facto à la disparition.” |
68 | Languages remaining unofficial. | “A causa [das línguas estarem morrendo]? |
69 | And so English, French, Spanish, Portugues, etc. to the front! | Línguas continuando sendo não-oficiais. E então Inglês, Francês, Espanhol, Português, etc. avancem! |
70 | But how could it be otherwise in contexts where there are as many languages as there are people? | Mas de que outra forma poderia ser em contextos onde há o mesmo tanto de línguas quanto há de povos? |
71 | It becomes necessary to make a choice, not always happy for the languages that are not [made official] and thus condemned to disappear. | Se torna uma necessidade fazer uma escolha, nem sempre feliz para as línguas que não são [feitas oficiais] e então condenadas a desaparecer.” |
72 | Alain Colbert, a Rue 89 reader: | Alain Colbert, um leitor da Rue 89: |
73 | | “Si un Indien d'Amazonie ne parle pas le portugais, il n'a aucune chance de faire reconnaître ses droits de citoyen à part entière du Brésil, face aux riches et aux pauvres venus, du reste de ce pays, détruire son environnement et qui parlent cette langue, maternelle pour eux.” |
74 | If an Indian in the Amazon does not speak Portuguese, he has no chance to learn his rights as a citizen of Brazil, in the face of the rich and poor, who come from the rest of this country, and destroy his environment, and who speak Portuguese as their native language. | “Se um índio da Amazônia não fala Português, ele não tem nenhuma chance de aprender seus direitos como cidadão do Brasil, em face aos ricos e aos pobres, que vêm do resto do país e destroem seu meio ambiente, e que falam Português como língua nativa.” Kans acha que novas tecnologias contribuem significativamente para a homogenização da linguagem, em particular a preferência global pelo Inglês: |
75 | Kans think new technologies contribute significantly to the homogenization of language, in particular the global preference for English: | “…les langues “primaires” (selon l'expression consacrée), sont aussi peut-être victime du transfert de technologie. |
76 | …”primitive” languages (as the expression goes) are also probably victims of technological transfer. | Où comment une langue se dope de barbarismes imposés par une autre porteuse de science. |
77 | | Je vois à ce titre nos société africaines qui n'ont inventé ni l'avion, ni la voiture, ni les ordinateurs; y a qu'à voir les noms donnés ou adoptés pour lesdits objets pour comprendre. |
78 | | Et c'est la meme comparaison pour le francais vis-à-vis de l'anglais, avec des mots tels que “car”, “wagon”, “PC”, etc. Et de voir l'acharnement d'auto-proclamés défenseurs de la langue francaise, je me demande si ce n'est pas simplement peine perdue, mais bel idéalisme quand même!” |
79 | Witness how a language is injected with barbarisms imposed by another bringing science. | “…línguas “primitivas” (como diz a expressão) também são vítimas prováveis da transferência tecnológica. |
80 | I see [in the headline of this article] our African societies that invented neither the airplane, or the car, or computers: one need only look at the names given or adopted for the aforementioned objects to understand. | Testemunhe como uma língua é injetada com barbarismos impostos de outra que traz a ciência. Vejo [na manchete deste artigo] nossas sociedades africanas que não inventaram o avião, ou o carro, ou o computador: é só olhar para os nomes dados ou adotados para os objetos mencionados acima para entender. |
81 | It's the same with French and English, with words like “car,” “wagon,” “PC,” etc. And to see the knee-jerk proclamations of the defenders of the French language, I wonder if it's not a lost cause, beautifully idealistic though it is! | É o mesmo com Francês e Inglês com palavras como “car,” “wagon,” “PC,” etc. E ao ver as proclamações trêmulas dos defensores da língua francesa, imagino se não é uma causa perdida, por mais bela e idealista que ela seja!” |
82 | In a comment, one of Kans' readers, Keo, objects to the characterization of langauges as primitive or developped: | Em um comentário, um dos leitores de Kans, Keo, faz uma objeção à caracterização das línguas como primitivas ou evoluídas: “…objection, avec O majsucule! |
83 | | Je suis d'avis qu'il n'y a ni langues primaires, ni langues développées, mais plutôt des langues négligées et des langues privilégiées…Parce que quand on parle de langues primaires, c'est comme si elles ne pouvaient jamais se développer, alors que si on les privilegiait, eh bien elles se déveloperaient comme toute les autres.” |
84 | I'm of the mind that there are neither primitive or developed languages, but rather neglected and favored ones…because when we speak of primitive languages, it's as though they can never develop, but if we gave them a privileged position, they would develop like all the others. | “…Objeção, com um O maiúsculo! Sou da opinião de que não existe línguas primitivas ou evoluídas, mas sim negligenciadas e favorecidas… porque quando falamos de línguas primitivas, é como se elas nunca pudessem se desenvolver, mas se dessemos a elas uma posição privilegiada, elas se desenvolveriam como todas as outras.” |
85 | What would a world of few languages look like? | Como seria um mundo de poucas línguas? |
86 | What would the world become if all its inhabitants spoke the same language? | “Que deviendrait le monde si tous ses habitants parlaient la même langue ? |
87 | | Pourrait-on espérer que les humains, se comprenant mieux entre eux, s'entendraient mieux, et, par exemple, se feraient moins la guerre ? |
88 | Could we hope that humans, by being able to communicate better, would understand each other better and, for example, have less war? | Certes pas, l'histoire le montre, qui a toujours vu, et voit des guerres, y compris entre « colocuteurs ».” “O que viraria o mundo se todos os seus habitantes falassem a mesma língua? |
89 | | Poderíamos esperar que os humanos, por serem capazes de se comunicarem melhor, entenderiam uns aos outros melhor, e por exemplo, haveria menos guerra? |
90 | Certainly not, as history shows, we have always seen, and see, wars even between those who speak the same language. | Certamente que não, como mostra a História, nós sempre vimos, e vemos, guerras até mesmo entre aqueles que falam a mesma língua.” “Vive la mondialisation ! |
91 | | Extinction de 25% de la vie et des espèces vivantes au niveau mondial, extinction des langues vivantes, pollution, extension de la pauvreté généralisée. |
92 | Long live globalization! | Elle est pas belle la vie ?” |
93 | Extinction of 25% of life and living species at a global level, extinction of living language, pollution, extension of generalized poverty. | “Viva a globalização! Extinção de 25% da vida e das espécies de seres vivos em nível global, extinção de línguas vivas, poluição, extensão da pobreza generalizada. |
94 | Isn't life beautiful? | A vida não é linda?” |
95 | On cultural preservation | Sobre preservação cultural |
96 | Rue 89 reader, gemrien, referring to France, writes that languages may die but they are hardly forgotten: | O leitor da Rue 89, gemrien, referindo-se a França, escreve que línguas podem morrer mas elas são dificilmente esquecidas: |
97 | | “Les langues sont un patrimoine, aux même titre que les monuments historiques, mais aimerions nous vivre dans des chateaux forts ou dans des huttes ? |
98 | | Notre devoir est de conserver un patrimoine pour le transmettre à nos enfants pour savoir qui ils sont et d'où ils viennent, mais est ce pour autant qu'il faudrait utiliser courament le patois de chaque région.” |
99 | We should conserve our heritage so that it can be transmitted to our children so that they may know where they come from, but does that mean that we must use fluently the patois of each region? | “Línguas são a herança [de um povo], do mesmo modo que um monumento histórico o é, mas nós ainda iríamos querer viver em castelos ou cabanas? Devemos conservar nossa herança para que ela possa ser transmitida aos nossos filhos para que eles saibam de onde vieram, mas isso quer dizer que devemos usar fluentemente o dialeto de cada região?” |
100 | | O problema desse argumento, como um leitor francófono da Rue 89 aponta, é queem outras partes do mundo, nem toda língua que está morrendo deixará monumentos de sua existência: |
101 | | “Pour prendre un cas que je connais bien, celui de l'Afrique, il faut savoir que moins de 10% - et je suis large - des 1000 langues du continent (estimation généralement acceptée) sont correctement décrites. |
102 | The problem with this argument, as a francophone Rue 89 readers point out, is that in other parts of the world, not every dying language will leave behind monuments to its existence: | Seule une infime minorité de ces langues sont écrites (pour les autres, il faut se contenter du boulot des évangélistes). On estime que d'ici la fin du siècle seules 10% des langues actuelles auront survécu. |
103 | | Pour nombre d'autres, il ne nous restera qu'une traduction du Nouveau Testament: génial! |
104 | Do you understand the urgency? | Comprenez-vous l'urgence? |
105 | Even languages spoken by several million people are in danger: that's the case of gikuyu, in Kenya, for example. | Même des langues parlées par plusieurs millions de personnes sont en danger: c'est le cas du gikuyu, au Kenya, par exemple. |
106 | And moreover, that's in a country that is relatively politically stable. | Et encore, il s'agît d'un pays relativement stable politiquement. |
107 | Imagine working in the DRC or on land mines in Mozambique! | Mais allez travailler en RDC ou sur les mines anti-personnel du Mozambique! |
108 | Personally, to use your metaphor, I wouldn't really want to live in a castle. | Personnellement, pour reprendre votre métaphore, je ne tiens pas vraiment à vivre dans un château. |
109 | But on the other hand, I can always visit one if I want to, and others have the possibility of studying its architecture, for example. | En revanche, je tiens à pouvoir le visiter si j'en ai envie, et à ce que certains aient la possibilité de travailler sur son architecture, par exemple. |
110 | On all the continents, castles are disappearing. | Sur tous les continents, des châteaux disparaîssent. |
111 | Without leaving a single trace. | Sans laisser la moindre trace. |
112 | Without leaving fossils. | Sans fossile.” |
113 | | “Para falar de um caso que eu conheço bem, África, você tem que entender que menos de 10% - e eu estou sendo generoso - das 1000 línguas do continente (a estimativa mais aceita) é propriamente documentada. |
114 | There has been a growing movement within France to preserve regional languages after many years of neglect. | Apenas uma pequena minoria dessas línguas são escritas (quanto as outras, temos que ficar felizes com o trabalho dos evangelistas) . |
115 | However the French concern about the survival of languages like Breton or Corse does not apparently extended to languages endangered in French overseas departments. | Foi estimado que entre agora e o final do século, apenas 10% das línguas existentes terão sobrevivido. Para a maioria das outras, restará apenas uma tradução do Novo Testamento: ótimo! |
116 | Rue 89 reader, Sylvius: | Entendem a urgência? |
117 | French Guiana is a region of France in the same sense that Brittany is [with] 6 Amazonian language (in addition to the 50 some-odd local languages spoken in this region) for the Amerindians are isolated, few and peaceful…is there no brotherhood in the French doctrine? | Até mesmo línguas faladas por milhões de pessoas estão em risco: esse é o caso do gikuyu, no Quênia, por exemplo. E mais, isso é em um país que é relativamente estável politicamente. |
118 | …if we are going to preserve kinds of languages, customs, and peoples, why forget the [overseas departments] | Imagine trabalhar no DRC ou nas minas terrestres no Moçambique! Pessoalmente, para usar sua metáfora, eu não gostaria de morar em um castelo. |
119 | | Mas por outro lado, eu sempre posso visitar um se eu quiser, e outros têm a possibilidade de estudar sua arquitetura, por exemplo. |
120 | An anonymous reader agrees: | Em todos os continentes, castelos estão desaparecendo. Sem deixarem rastros. |
121 | It's true: that history has made it such that some “Amazonian” languages should be equally considered as endangered minority languages in France: the Amerindian languages spoken in French Guinea, are also reasonably forgotten. | Sem deixarem fósseis. Tem havido um movimento crescente dentro da França para preservar línguas regionais depois de muitos anos de negligência. |
122 | Basque (which has a press, audio-visula media, a publishing house, is taught at university) could be considered a dominant language by comparison… | Entretanto a preocupação francesa em relação à sobrevivência de línguas como o Bretão e o Corso aparentemente não se extende às línguas que correm perigo em regiões francesas ultramarinas.” Leitor da Rue 89, Sylvius: |
123 | | “la guyane est une region francaise au meme titre que la bretagne - 6 langues amazoniennes (sur la quinzaine de langues locales parlees dans cette region )mais les amerindiens sont isoles peu nombreux et non belliqueux…n'y a t il pas egalite et fraternite dans la doctrine francaise?pardon ca ne doit pas etre vrai pour les departements et territoires d'outre mer ! alors si on vt preserver les langues especes coutumes et peuples , pourquoi laisser tomber les ultra marins” “A Guiana Francesa é uma região da França no mesmo sentido em que a Britânia é [com] 6 línguas amazônicas (em adição a cerca de 50 línguas locais faladas nessa região) pois os Ameríndios estão isolados, poucos e pacíficos… existe alguma irmandade na doutrina francesa? |
124 | | …se vamos preservar tipos de línguas, costumes, e povos, por que esquecer as [regiões ultramarinas]” |
125 | Madagascar: An assault on the Malagasy language? | Um leitor anônimo concorda: “C'est vrai. |
126 | | Mais il se trouve que l'histoire…a fait que quelques langues “amazoniennes” doivent également être considérées comme minoritaires et menacées en France : les langues amérindiennes parlées en Guyane française, passablement oubliées elles aussi. |
127 | | Le basque (qui a une presse, des médias audio-visuels, une édition, un enseignement de la maternelle à l'Université…) à côté pourrait faire figure de langue dominante…” “É verdade: que a História fez com que algumas línguas “Amazônicas” devam ser igualmente consideradas como línguas minoritárias em risco na França: as línguas Ameríndias faladas na Guiana Francesa, também são razoavelmente esquecidas. |
128 | In France, government policies promoting French as the official language did most of their damage to regional languages long ago; there the debate is more abstract. | Basco (que tem imprensa, mídia audio-visual, uma casa de publicação, é ensinada nas universidades) deveria ser considerada uma língua dominante em comparação…” Madagascar: Um ataque à língua Malagasi? |
129 | | Na França, políticas governamentais promovendo o Francês como língua oficial fez a maior parte dos estragos às línguas regionais há muito tempo atrás, fazendo do debate mais abstrato. |
130 | Global Voices author Mialy Andriamananjara writes about how in Madagascar, as elsewhere in Africa, policies are being put in place that may, over the long run, endanger the health of non-European languages. | O autor do Global Voices Mialy Andriamananjara escreve como em Madagascar, assim como no resto da África, políticas estão sendo feitas podendo, a longo prazo, pôr em risco a saúde das línguas não-Européias. |
131 | | O Governo Malagasi decidiu que não vai mais divulgar apresentações oficiais ou disseminar artigos oficiais em nenhum jornal que circular no mínimo 10.000 unidades por dia, e que não publique em no mínimo duas das três línguas oficiais (Malagasi, Francês, Inglês). |
132 | The Malagasy Government has decided that it will no longer advertise official tenders or disseminate official articles in any newspapers that do not circulate at least 10000 units a day, and do not publish in at least two of the three official languages (Malagasy, French, English). | Jentilisa vê nessa política uma oportunidade perdida do Governo Malagasi apoiar os jornais em Malagasi[Mg], e pior, uma intenção declarada do Governo em eliminar a língua Malagasi. “Dia ny fanjakana eritreretina mba hanampy ireo gazety teny malagasy ireo indray ity no vao maika mampivoitra izany fomba fisainana manao valalan'amboa ny teny malagasy izany. |
133 | | Nantenaina hanery ny hafa aza izy mba ho ny gazety mpiteny malagasy ihany no amoahana izay tian'ny fanjakana avoaka izay, zavatra aloa vola manko izany mba ho fanohanana ilay teny malagasy, nefa dia nivandravandra fotsiny aho sisa. |
134 | Jentilisa sees in this policy a missed opportunity for the Malagasy Government to support Malagasy speaking newspapers, and worse, a willful intention from the Government to eliminate the Malagasy language. | Farafaharatsiny mba ho ohatra halain'ny rehetra tahaka nefa dia nanara-driandrano tahaka ny deba rehetra ihany.” “O governo que se esperava apoiar esses jornais em Malagasi está agora reenforçando essa mentalidade de ostracizar a língua Malagasi, tratando-a como uma enteada. |
135 | | Esperava-se que eles forçassem a publicação de apresentações oficiais e ofertas em jornais somente em Malagasi, pois essas propagandas oficiais financiaria o apoio a língua Malagasi, mas apenas fiquei estarrecido. |
136 | The government that one hoped would support these Malagasy speaking newspapers are now reinforcing this mentality of ostracizing the Malagasy language, and treating it like a stepchild. | Ao menos haveria um exemplo a ser seguido, mas agora eles estão apenas seguindo a corrente.” Rajiosy[Fr], um novo blogueiro Malagasi, está menos pessimista. |
137 | One hoped they would force the publishing of official tenders and offers in Malagasy speaking newspapers only, because those official advertisements would zhave financially supported the Malagasy language, but I am left with only my eyes wide open. | “Dia hoy aho hoe : tsy mila tsotsofina akory anie ny teny malagasy fa “velona sy mahery” arak'ilay hiram-piangonana iny e. Ny isan'ny mpiteny azy andavan'andro fotsiny dia ampy haha-mafy aina azy : 17 tapitrisa mahery be izao tsy manana eritreritra ny hiova fiteny ! |
138 | At least, that would have been setting an example for all to follow, but now they are just following the flow. | Ho anay mipetraka aty an-dafin-dranomasina aloha dia mahatsapa tsara izahay rehefa sendra tody any an-tanindrazana iny fa miaina ny teny malagasy. |
139 | | Koa aza dia kivy ambony ihany rey olona : ny mpitondra fanjakana mbamin'ny didim-panjakana mandalo ihany fa ny fiteny malagasy mbola ho lava velona !” |
140 | Rajiosy, a new Malagasy blogger, is less pessimistic. | “Digo: a língua Malagasi não precisa de ajuda, porque está “viva e forte” como alguns hinos protestantes diriam. |
141 | | O número de falantes é o suficiente para fortalecê-la : 17 milhões de pessoas que não têm nenhuma intenção de trocar de língua! |
142 | So I say : the Malagasy language does not need any help, because it is “Alive and strong” as one Protestant hymn would say. | Aqueles de nós que moramos longe sentimos quando voltamos para casa que a língua Malagasi está viva. Por isso, não se desesperem pessoal: líderes governamentais e leis passam enquanto a língua Malagasi vive muito!” |
143 | The sheer number of speakers suffices to strengthen it : 17 millions of people who have no intentions of switching languages ! | (Texto original de Jennifer Brea) O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online. |
144 | Those of us who live overseas feel when we come back home that the Malagasy language is alive. | Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. |
145 | So do not despair people : government leaders and laws are being passed but the Malagasy language long lives! | Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui. |